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Refrigerante dietético é associado ao aumento da gordura abdominal

Já está cientificamente bem estabelecido que o consumo de açúcar, principalmente o contido em produtos não nutritivos como refrigerantes e sucos adoçados, está associado a uma maior incidência de sobrepeso, obesidade, hipertensão e diabete, além de outras doenças de origem inflamatória.

Nas ultimas décadas uma alternativa para as pessoas que não querem deixar de tomar refrigerante tem sido o refrigerante ou suco "diet". Como a substância usada para adoçar a bebida não contém calorias, teoricamente o seu consumo não teria nenhuma repercussão energética ou metabólica. Entretanto, alguns estudos recentes têm constatado um paralelismo entre o grande aumento na incidência de obesidade (considerado uma epidemia por seu rápido crescimento e distribuição pelo planeta) e o consumo aumentado de produtos "diet", principalmente bebidas.

Apesar destes estudos não estabelecerem uma relação de causa e efeito, eles serviram de alerta para o fato que, talvez, os produtos "diet" não sejam tão benéficos e inócuos como se pensava. A partir daí foram feitas novas pesquisa oferecendo um conjunto de evidências altamente sugestivas de que as bebidas "diet", além de não colaborar para o controle de peso, podem, também, ser prejudiciais à saúde.

O estudo mais recente abordando esta questão foi publicado na última semana na revista científica Journal of the American Geriatrics Society. A pesquisa foi conduzida por 10 anos em participantes de 65 anos ou mais e o principal desfecho registrado foi a circunferência abdominal. Esta medida tem se tornado de grande importância na avaliação da obesidade e suas consequências (mais importante que o peso e o índice de massa corporal), pois ela reflete o crescimento da gordura visceral. Este tecido adiposo em especial é um dos principais locais de produção de substâncias pró-inflamatórias liberadas na circulação (chamadas de citocinas) e que atuam sobre os vasos sanguíneos e sobre o metabolismo, aumentando o risco de síndrome metabólica, diabete tipo 2, hipertensão e doença cardíaca.

Os resultados da pesquisa não deixam de ser surpreendentes. No final de um período máximo de 10 anos, os participantes que tomavam regularmente bebidas "diet" apresentaram uma circunferência abdominal até 3 vezes maior que aqueles que não tomavam nenhum tipo de bebida adoçada ou "diet" e houve uma curva dose-resposta entre a quantidade tomada e o aumento da circunferência abdominal, abordagem esta que é sugestiva de uma relação causa/efeito.

A explicação para estes achados ainda não é completa e muitos estudos ainda precisam ser realizados para o pleno entendimento do fenômeno. Entretanto, já existem evidências científicas que propõem dois possíveis mecanismos: - um deles sugere que ação do adoçante artificial sobre o centro de recompensa no cérebro é semelhante ao açúcar natural. Desta forma, a ingestão em excesso levaria a uma tolerância do centro de recompensa (para sentir o mesmo efeito de bem estar é necessária uma quantidade maior) e aí o indivíduo ingere açúcares naturais sob outras formas para saciar esta necessidade; - outra proposta mais recente, e que não exclui a anterior, é baseada em resultados demonstrando que adoçante artificial tem efeito na modificação da microbiota intestinal (conjunto de trilhões de bactérias que habitam nosso trato gastrointestinal e que influenciam vários aspectos do nosso funcionamento normal, do metabolismo ao sistema imunológico) levando a alterações metabólicas que induzem a um maior armazenamento de energia no abdome.

Independente de qual o mecanismo, já está claramente comprovado que para manter uma boa saúde o indivíduo deve se afastar dos refrigerantes, de qualquer tipo, e dos sucos com açúcar ou adoçante artificial.

É isto aí, em qualquer idade, em vez de refrigerante zero, zero refrigerante!



Texto : ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-Journal of the American Geriatrics Society published online: 17 MAR 2015 - DOI: 10.1111/jgs.13376




Tempo de amamentação tem impacto positivo na vida do Bebe.

Bebês que são amamentados com leite materno têm uma série de benefícios conhecidos a curto e médio prazo, a maior parte associada a um menor número de doenças infecciosas na infância e maiores escores de inteligência na adolescência.

Repercussões de longo prazo ainda não eram conhecidas, pois as pesquisas que avaliaram os efeitos da amamentação com leite materno acompanharam os bebês no máximo até a adolescência.

Agora, esta lacuna no conhecimento é preenchida por um estudo brasileiro produzido na Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. A pesquisa foi publicada no dia 17 de março na revista científica The Lancet Global Health. O estudo teve início em 1982 com a coleta de informações sobre a amamentação de cerca de 6000 bebês nascidos naquele ano na comunidade de Pelotas/RS. Desta amostra, perto de 3500 foram submetidos a um teste de QI (quociente de inteligência) 30 anos depois. Além disso, vários dados foram registrados, como grau de educação e rendimentos.

A amamentação no seio ao nascer foi associada com maior inteligência, mais tempo de educação formal e maior rendimento quando adulto. E, quanto maior o tempo de amamentação, maiores são os efeitos positivos. Vários outros fatores que poderiam estar associados aos desfechos analisados (como o grau de educação dos pais, se a mãe fumava durante a gravidez, fatores genéticos, idade da mãe, tipo de parto, etc.) foram excluídos por meio de metodologias estatísticas de ajuste para fatores de confusão.

As possíveis explicações para estes achados estão associadas a fatores nutricionais, principalmente a presença no leite materno de ácidos graxos saturados de cadeias longas, componente muito importante para o desenvolvimento do cérebro.

Apesar do tipo de estudo não permitir que seja estabelecida uma relação de causa e efeito (o estudo não pode provar que os efeitos no adulto foram consequências diretas da amamentação), a forte associação permite inferir que esta relação causal existe.

Deve ser considerado também que o desenvolvimento de um indivíduo até a idade adulta envolve uma grande quantidade de variáveis. Certamente a amamentação é uma delas, talvez a mais importante. Por outro lado, o fato de uma mãe não ter amamentado seu filho, ou ter amamentado por pouco tempo, não significa que ele não terá sucesso na vida adulta.

Este estudo confirma que estimular a amamentação com leite materno pelo maior tempo possível é uma ação de grande impacto positivo na saúde pública.



Autor: ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-The Lancet Global Health - www. thelancet.com/lancetgh Vol 3 April 2015 - Published online March 17, 2015.
DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S2214-109X(15)70002-1

Mulher obesa deve tomar cuidado

O centro de pesquisa de câncer do Reino Unido divulgou levantamento onde mostra que a obesidade está diretamente ligada à doença em mulheres adultas, já que aquelas que estão acima do peso têm 40% mais de chances de desenvolver sete tipos específicos da doença após os 40 anos. São eles: câncer de intestino, mama, vesícula, útero, rim, pâncreas e esôfago.

A pesquisa trouxe ainda outros dados um tanto preocupantes sobre o cenário da doença na região: uma em cada quatro mulheres obesas poderão desenvolver estes tipos de câncer relacionados ao excesso de peso na fase adulta; 8,2% dos casos da doença entre mulheres são causados pela gordura; em um grupo de mil mulheres acima do peso, 274 terão a doença, enquanto este número cai para 194 entre o mesmo número de mulheres saudáveis; aproximadamente 25% das inglesas estão acima do peso, o que traz uma estimativa de 18 mil novos casos de câncer todos os anos, entre elas, por causa disso.

De acordo com os especialistas, há algumas razões para que o excesso de gordura e hábitos incorretos tenha como consequência o aumento das chances do câncer aparecer. Uma delas é a produção hormonal pelas células de gordura, especialmente o estrogênio, considerado um componenente que alimenta as células cancerígenas. Talvez isso explique por que 12% das mulheres que têm câncer de mama pós-menopausa sejam obesas.

Além disso, a presença do hormônio explica ainda por que as mulheres têm 50% mais chances de terem a doença comparado aos homens que também estão acima do peso.





A Dra. Julie Sharp, pesquisadora do Câncer Research UK, explica que mudanças pequenas podem fazer toda diferença. 

"Emagrecer não é fácil, mas você não tem que ir para a academia correr quilômetros na esteira ou nunca mais comer seu alimento preferido. É possível fazer mudanças pequenas que a longo prazo têm impacto real. Por exemplo, desça do ônibus um ponto antes, coma menos doce e suba escada", disse.

Ainda segundo ela, o ideal é encontrar maneiras de ter uma vida mais saudável, além de manter e incorporar estes hábitos.



Castanha, nozes e amendoim reduzem mortalidade

Um robusto conjunto de evidências científicas demonstra uma redução do risco de morte por qualquer causa, e principalmente por doença cardiovascular, em indivíduos que comem castanhas e nozes regularmente. 
No entanto, a maior parte dos trabalhos que indicam esta associação foi conduzida em amostras de pessoas de situação socioeconômica confortável, particularmente de descendentes de europeus. 
Esta falta de diversidade na amostra limita a aplicabilidade dos resultados em grandes populações de baixo poder aquisitivo. Além disso, nozes e castanhas são alimentos de preço elevado, o que impede o seu consumo regular. No Brasil, por exemplo, excetuando-se a castanha de caju em algumas regiões, as demais nozes tem um consumo restrito, acontecendo principalmente na época de Natal, imitando um costume europeu.

Na semana passada uma nova pesquisa abordando esta associação foi publicada na revista médica JAMA Internal Medicine. À primeira vista pode parecer redundante a publicação de um novo estudo abordando a mesma associação. No entanto, este trabalho traz duas grandes novidades em relação aos demais que trataram do tema. A primeira delas é que os participantes da pesquisa são de um nível socioeconômico baixo, incluindo americanos e chineses. A segunda, e talvez a mais interessante, é que o principal tipo de noz consumido foi o amendoim. Sim, o nosso popular amendoim, que tecnicamente não é considerada uma noz e sim uma leguminosa.

A pesquisa consistiu na combinação de três estudos observacionais, o que traz mais consistência à análise por aumentar muito o tamanho da amostra, assim como sua diversidade. Mais de 71.000 indivíduos com idades entre 40 e 79 anos, chineses e americanos, foram acompanhados por períodos de 5 a 12 anos. Os pesquisadores encontraram que quanto maior a ingestão de nozes (e a principal foi o amendoim) menor foi o risco de morte por qualquer causa e também de morte por doença cardíaca.

A explicação para o achado pode estar ligada ao fato que as nozes (incluindo o amendoim) serem ricas em gorduras insaturadas que são benéficas à saúde, bem como em vitaminas, minerais, antioxidantes, fibras e outros fitoquímicos.

Os resultados deste trabalho são de grande importância pois políticas de incentivo ao consumo de um alimento nutritivo e protetor contra doenças e, principalmente, de baixo custo, presente praticamente em todas as regiões e com ótima palatabilidade, como o amendoim, pode ter um importante impacto para a saúde pública.

-ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
-JAMA Internal Medicine. doi:10.1001/jamainternmed.2014.8347 - Online March 2, 2015.




Você come muito? Cuidado que pode ser um vício.

(Foto Google)
Comer em excesso é uma das características do estilo de vida das populações ocidentais. Alguns tipos de alimentos são representativos desta situação. 

Quantos de nós já não sentiram a sensação de sair de uma pizzaria achando que exagerou? Ou então serviu-se de uma porção de sorvete na sobremesa e depois repetiu, e repetiu, até chegar ao fundo do pote? 
Este desejo incontrolável de comer e continuar comendo insaciavelmente, mesmo que isto depois provoque um sentimento de culpa ou depressão, está agora sendo melhor entendido pela ciência.

De uns anos para cá um conjunto de evidências científicas têm associado o desejo incontrolável por determinados alimentos ao processo de adição e dependência, tal qual ocorre com drogas ilegais. É uma adição ao alimento. A consequência é o aumento da ingestão calórica com um adicional energético que leva à obesidade.

Resultados de uma pesquisa recentemente publicados na revista científica PLOS ONE indicam que componentes de alguns alimentos podem levar a um processo de adição alimentar em que a pessoa ficaria "viciada" no alimento. O estudo refere resultados de outro trabalho demonstrando que alimentos com alto teor de açúcar e gordura afetam o cérebro da mesma maneira que drogas como heroína e morfina. Pessoas obesas com desejo incontrolável por determinados alimentos e que tiveram seus cérebros analisados por exames de imagens dinâmicos, apresentam um número menor de receptores de um neurotransmissor chamado dopamina em uma área do cérebro responsável pela sensação de recompensa. É o mesmo padrão encontrado nos viciados em drogas.


Biologicamente foi decisivo para os humanos primitivos sofrerem um processo adaptativo-evolutivo em que, com a dificuldade natural de obter alimentos e não dominando ainda a agricultura, os alimentos com maior densidade calórica causassem uma sensação maior de bem-estar, o que fazia que esta escolha fosse repetida, com todos os seus benefícios energéticos para aquela época.

Pois nos adaptamos, a espécie humana é um sucesso evolutivo absoluto e nosso cérebro continua o mesmo. No entanto, o progresso e a tecnologia trouxeram uma maior oferta de alimentos, principalmente de alimentos energeticamente densos e de absorção muito rápida pelo organismo, altamente palatáveis (alimentos processados/refinados com muitoaçúcar e gordura), e que nós ingerimos em uma quantidade muito maior do que necessitamos. Os receptores de dopamina não dão conta de toda esta satisfação dopaminérgica e para ter a mesma sensação de bem estar é necessário liberar mais dopamina, ou seja, precisamos de mais desses tipos de alimentos. Exatamente como ocorre com as drogas. Cria-se a adição (vício).

Este estudo apresenta evidências preliminares que alguns tipos particulares de alimentos podem induzir um comportamento de adição. Muitas vezes aquilo que parece ser uma falta de força de vontade do indivíduo obeso para evitar comer demais determinados alimentos é, na verdade, uma doença e deve ser abordada como tal.


-ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-PLOS ONE | DOI:10.1371/journal.pone.0117959 February 18, 2015

Dormir mal faz a saúde ficar abalada

O sono é um processo fisiológico fundamental para a manutenção do estado biológico normal e consequente promoção da saúde do organismo. Noites mal dormidas induzem desequilíbrios metabólicos, hormonais e imunológicos, além de levar a dias sonolentos com redução da cognição, aumento da chance de erros nas tarefas diárias e redução da produtividade.

Distúrbios do sono e sua privação podem predispor o indivíduo a diversos tipos de doenças crônicas como obesidade, depressão, diabete e hipertensão, sendo reconhecidos como um problema de saúde pública. Nos Estados Unidos 30% dos adultos reportam dormir menos de 6 horas por dia, tempo insuficiente para os processos biológicos que ocorrem durante o sono.

Uma pesquisa, publicada online esta semana na revista científica Journal of Clinical Endocrinology, traz um alento aos que dormem pouco durante a noite.

O estudo foi conduzido em 11 homens saudáveis com idades de 25 a 32 anos que sofreram uma restrição importante de sono por uma noite. Na tarde seguinte foram medidas as concentrações na urina de substâncias que aumentam com o estresse, como noradrenalina, adrenalina e dopamina (estas substâncias produzem aumento dos batimentos cardíacos e do açúcar no sangue) e na saliva foi medida a concentração de uma proteína do sistema imunológico chamada interleucina-6 que contribui na resposta imunológica contra viroses.

A noradrenalina apresentou um aumento de duas vezes e meia na sua concentração, enquanto a interleucina-6 teve uma redução significativa.

Na noite seguinte os voluntários sofreram nova restrição de sono, porém, na tarde seguinte, antes das dosagens hormonais, eles tiraram dois cochilos de meia hora. As dosagens tanto da noradrenalina como da interleucina-6 foram normais, evidenciando que os cochilos reverteram os efeitos deletérios da falta de sono no que tange a alteração destas duas substâncias.

Dormir bem é fundamental para a manutenção da saúde e bem-estar (o tempo recomendado é de 8 horas por noite), no entanto, se por algum problema você não pode atingir esta recomendação, reserve um tempinho na tarde seguinte. O seu organismo agradece!



Referência Bibliográfica
-Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 100: - 2015 - doi: 10.1210/jc.2014-2566




Fast-food continuam sendo prejudicial a saúde

Apesar das campanhas de alerta, da popularização de informações científicas sobre o potencial prejuízo que trazem à saúde e de políticas de saúde pública, pouco tem mudado na composição dos lanches rápidos, internacionalmente conhecidos como fast-food, e de sua contribuição para a baixa qualidade alimentar da população.

As principais causas de morte precoce e de doenças inflamatórias crônicas estão associadas à obesidade e má qualidade alimentar. A ingestão de um excesso de energia, de sódio (sal), de gordura saturada, de gordura trans e de açúcar estão diretamente ligadas a estas situações de ameaça à saúde. Nos últimos 40 anos a popularização do "comer fora", principalmente com a gigantesca expansão das grandes cadeias internacionais de fast-food, tem colaborado decisivamente para esta super-ingestão de baixa qualidade nutricional. A participação do fast-food na energia total ingerida pelos americanos no período de 1977 a 2010 quase dobrou.

Uma pesquisa recentemente publicada na revista científica Preventing Chronic Disease sugere um quadro nada animador quanto à melhora da qualidade dos alimentos tipo fast-food. O estudo coletou dados nutricionais de alimentos de 3 grandes cadeias americanas de fast-food no período de 1996 a 2013. Os dados analisados foram energia, sódio, gordura saturada e gorduras trans de batatas fritas, burgers, sanduíche de frango grelhado e refrigerante regular de cola. Os dados do ano de 2013 revelam que o conteúdo energético de um cheeseburger contribui com 65% a 80% do total de calorias recomendadas para um dia, com 63% a 91% da recomendação diária de sódio.

Se consumidos isoladamente na refeição o item alimentar pode ser menos nocivo do que quando os alimentos estão combinados (em "combo"). Ao comer uma refeição de um sanduíche com batatas fritas e um refrigerante o consumo de sal, só nesta refeição, pode chegar a 139% da quantidade recomendada por dia. Estes efeitos podem ser ainda mais graves em crianças, pois além da nocividade deste tipo de alimentação em si, o consumo frequente de alimentos tipo fast-food prejudicam a educação alimentar saudável que devemos dar às nossas crianças.

Esta pesquisa vem reforçar a noção de que evitar comer fora, principalmente alimentos tipo fast-food, é o primeiro grande passo para uma mudança alimentar que promove a saúde e aumenta a qualidade de vida.


Texto - ABC Saúde

Referência Bibliográfica
-Preventing Chronic Disease 2014 DOI: http://dx.doi.org/10.5888/pcd11.140202.



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A difícil escolha entre saboroso e saudável

Ao escolher os alimentos que vão consumir as pessoas se defrontam com opções que muitas vezes vêm associadas a um dilema: a satisfação imediata proporcionada pelo paladar ou o bem-estar e saúde duradouros produzidos pelos alimentos sabidamente saudáveis.

A epidemia mundial de obesidade e diabete tipo II, com suas nefastas consequências para a saúde e consequente redução do tempo de vida, fez com que os formuladores de políticas de saúde em todo o mundo produzissem um grande número de campanhas de conscientização por uma alimentação mais saudável. No entanto, estas campanhas têm se demonstrado ineficazes na contenção do crescimento destas doenças.

Para tentar esclarecer as possíveis razões para o fracasso destas campanhas foi realizado um interessante estudo que expõe o conflito entre o saudável e o saboroso. A análise centrou-se nos aspectos intuitivos e cognitivos envolvidos na escolha do alimento.

No estudo os participantes podiam escolher entre iogurtes com diferentes quantidades de açúcar e gordura. Os resultados revelam que o fato do indivíduo saber a composição e o potencial dano que aquele alimento pode causar à saúde não é suficiente para ele definir a sua escolha.

Mesmo entre os participantes que previamente apresentavam uma preocupação em ingerir alimentos saudáveis, o principal fator que guiou as escolhas foi o sabor. Esta tendência foi mais acentuada naquele grupo que não tinha preocupação prévia em saber se o alimento era saudável ou não. A escolha consciente depende de um controle cognitivo que, no mais das vezes, é superado por um processo intuitivo que faz a opção pelo mais saboroso.

O fator determinante sobre a escolha de um alimento é o sabor, independente se a pessoa é preocupada ou não com o efeito deste alimento sobre a saúde. E, o que é pior, aumentar a conscientização sobre os efeitos do tipo de alimento aparentemente não influencia na escolha.

O que fazer então? Ficamos à mercê da nossa intuição atávica pelo mais saboroso ou travamos uma luta contínua usando a razão pelo mais saudável?

Vale lembrar que esta questão está associada aos alimentos industrializados (que nos estilo de vida atual é a forma preponderante de alimentação) e, para conquistar seus clientes, a indústria alimentícia, por meio da química, está provocando cada vez mais nossa intuição.

Ainda bem que os nossos bons cozinheiros comprovam que não estamos completamente perdidos. É possível sim comer um alimento que ao mesmo tempo é saudável e saboroso. Qual é o segredo? - Quanto menos industrializado o alimento, melhor!



Foto : Sevem Fisioterapia

Sedentarismo pode ser mais prejudicial do que obesidade

O nível de atividade física tem sido associado de forma consistente com a redução do risco de mortalidade por todas as causas. Estudos prévios sugerem que a atividade física protege contra morte prematura em pessoas com índice de massa corporal normal, mas não elimina o risco aumentado de morte nas pessoas com índice de massa aumentado.

Para aprofundar o conhecimento sobre a associação entre atividade física, obesidade e morte por qualquer causa um grupo de cientistas ingleses realizou uma pesquisa onde dados sobre atividade física, peso, altura e circunferência abdominal, foram coletados de 334 mil indivíduos adultos de ambos os sexos. Os participantes da pesquisa foram acompanhados por um período de 12 anos e a análise dos dados foi usada para estimar a importância da atividade física como um fator independente para proteção contra morte prematura. Além disso, os resultados permitiram estimar o ganho em expectativa de vida produzido pela atividade física, mesmo em pessoas obesas. A pesquisa foi publicada na revista científica American Journal of Clinical Nutrition em 14 de janeiro.

O estudo demonstra, de uma maneira geral, que uma atividade física, mesmo que discreta, diminui as chances de morte prematura quando comparada com sedentarismo. Os pesquisadores estimam que o exercício que gasta de 90 a 110 calorias por dia poderia reduzir o risco de morte prematura entre 16 e 30%. Este efeito benéfico da atividade física moderada é mais pronunciado entre pessoas de peso normal, entretanto, mesmo nas pessoas com sobrepeso e obesidade foi observado um benefício.

O fato de ser um estudo prospectivo, acompanhado por um longo período de tempo e com um grande número de participantes torna as conclusões mais robustas. Destas conclusões, avalia-se que o número de mortes ligadas ao sedentarismo pode ser duas vezes maior do que às mortes ligadas a obesidade.

A atividade física regular, mesmo em pequena quantidade, é um fator decisivo para a promoção da saúde e redução do risco de morte prematura, mesmo em pessoas com sobrepeso e obesidade.

Estas evidências contribuem para ajudar as pessoas que apresentam um eventual desânimo produzido pela dificuldade de reduzir o peso, diminuindo com isso a vontade de realizar atividade física.

Mesmo sem observar um resultado objetivo na balança, a atividade física estará contribuindo para reduzir o risco de morte prematura nestas pessoas.

Referência Bibliográfica
-American Journal of Clinical Nutrition - January 14, 2015 as doi: 10.3945/ajcn.114.100065.




Grãos integrais demostram mais beneficio à saúde

Os benefícios à saúde de uma dieta rica em grãos integrais já são bem conhecidos. A alta ingestão de grãos integrais está associada a um menor risco de doenças crônicas como diabete tipo 2 e doença cardiovascular. Entretanto, pouco se sabe sobre o efeito deste tipo de alimentação sobre a mortalidade.

Ou pouco se sabia! Na última semana foi publicada online uma pesquisa na revista científica JAMA Internal Medicine. O objetivo do estudo foi investigar a associação entre o consumo de grão integrais na dieta e o risco de mortalidade.

Os dados foram obtidos de dois grandes estudos de longo prazo onde mais de 118 mil pessoas foram acompanhadas de 1986 a 2010. Os participantes preenchiam questionários sobre a sua ingestão de grãos integrais a cada 2 a 4 anos.

Os resultados mostraram uma clara evidência que nos grupos que ingeriam maior quantidade de grãos integrais a mortalidade no período foi menor, chegando a ser 33% menor nos grupos de maior ingestão quando comparados com os de menor ingestão. Estes resultados permitem inferir que uma dieta rica em grãos pode colaborar para a saúde e extensão do tempo de vida.

As razões que levam os alimentos integrais a serem mais saudáveis estão associadas à composição dos grãos e a alteração desta composição produzido pelo refino quando ocorre a industrialização. Um grão integral é composto de três partes: a casca ou pericarpo, que dá origem ao farelo, o germe e o endosperma. A casca é rica em fibras que torna a digestão mais lenta, impedindo aumentos bruscos do açúcar no sangue. Além disso, tanto a casca quanto o germe contém um grande número de vitaminas, minerais, nutrientes e antioxidantes. Estima-se que o refinamento dos grãos, que ficam sem a casca e o germe, produz uma perda de 25% da proteína e 17 nutrientes contidos no grão integral.

Um fator adicional no benefício à saúde é que a ingestão de grãos integrais produz uma sensação de saciedade, o que diminui a ingestão calórica total e colabora decisivamente para o controle do peso.

Sendo assim, arroz integral, quinoa, aveia, farinha integral e seus alimentos derivados são ótimas opções para uma vida longa e com boa saúde.

Referência Bibliográfica


-JAMA Internal Medicine January 05, 2015. doi:10.1001/jamainternmed.2014.6283




O Risco da Reposição Hormonal

Resultados de um estudo publicado online no dia 29 de março na revista científica Journal of the National Câncer Institute reforçam as preocupações sobre os riscos da reposição hormonal em mulheres menopáusicas. Esta nova análise confirma a associação entre reposição hormonal com estrógeno mais progesterona e o aumento da incidência de câncer de mama, especialmente quando a reposição hormonal é iniciada próximo ao período da menopausa.

A ligação entre reposição hormonal e câncer de mama já havia sido demonstrada em outros estudos. O fato novo exposto por esta análise, que incluiu cinco estudos com mulheres pós-menopáusicas de 50 a 79 anos, é que as mulheres que iniciam a reposição poucos meses após o início da menopausa têm o seu risco de desenvolver câncer de mama muito aumentado (risco em torno de três vezes maior) quando comparado com o risco das mulheres que iniciam o tratamento dez anos após a menopausa (as quais, por sua vez, também têm um risco maior que as mulheres que não fazem reposição hormonal alguma, porém não tão alto). Por contar nesta análise com um número maior de mulheres que iniciaram a reposição logo após a menopausa foi possível detectar este grande aumento de risco com a reposição precoce.

Em outros estudos que igualmente apontaram para um risco na reposição hormonal, este risco maior com a reposição precoce não era possível de ser observado porque a maioria das mulheres naqueles estudos iniciava a reposição, em média, dez anos após o início da menopausa.

Outro dado que esta análise adiciona à discussão é o de que não houve diferença na sobrevida após o diagnóstico entre as mulheres com cânceres de mama ligados à reposição e àquelas que desenvolveram cânceres não ligados à reposição, contrariando alguns estudos anteriores que sugeriam que os cânceres de mama ligados à reposição hormonal eram de melhor prognóstico.

Estes novos resultados confirmam estudos prévios que demonstram que a reposição hormonal está associada a um aumento do risco de câncer de mama, e apresentam novas evidências de que: A) estes cânceres ligados á reposição hormonal não têm melhor prognóstico dos que os outros cânceres de mama, e, principalmente, B) que quanto mais cedo é iniciada a reposição após a menopausa maior é o risco.

Este conjunto de observações inserem novos argumentos no diálogo indispensável entre as mulheres e seus médicos sobre os prós e os contras da reposição hormonal durante a menopausa, avaliando-se, por um lado, as limitações produzidas pelos sintomas da menopausa, e, por outro, a ponderação das evidências de um risco aumentado de desenvolver câncer de mama, evidências estas confirmadas e ampliadas a cada nova pesquisa científica publicada.

Referência Bibliográfica

Journal of the National Cancer Institute – Advanced Access – March 29, – DOI: 10.1093/jnci



Bebidas energéticas ameaçam a saúde

Os energéticos, como são genericamente chamados, são bebidas que contêm substâncias estimulantes, predominantemente a cafeína. O consumo tem crescido vertiginosamente em todo o mundo nos últimos anos e a sua ingestão, de forma indiscriminada, principalmente por adolescentes e adultos jovens, tem preocupado as autoridades de saúde em vários países. Dezenas de trabalhos científicos têm sido publicados, com resultados que sugerem um efeito potencialmente prejudicial à saúde, parte deles atribuído ao excesso de cafeína.

Em recente encontro da Associação Americana do Coração, foram apresentados resultados de uma análise de trabalhos publicados que avaliavam o possível impacto dos energéticos sobre a saúde. As pesquisas realizadas em indivíduos jovens sadios entre 18 e 45 anos demonstram que as bebidas energéticas podem alterar o ritmo cardíaco e aumentar a pressão arterial.

Considerando que o metabolismo da cafeína é mais lento durante a puberdade devido ao aumento natural do hormônio de crescimento, essa faixa etária estaria mais vulnerável aos efeitos adversos da cafeína, dentre eles dor de cabeça, insônia, náusea e vômito, impaciência e irritabilidade.

Dentre os motivos que levam os jovens a consumir este tipo de bebida estão a estimulação que deixaria o indivíduo mais alerta, a pressão dos amigos e a suposta melhora de desempenho esportivo.

A combinação destas bebidas com álcool tem se tornado frequente entre jovens em festas e bares, o que pode causar problemas adicionais.

O conjunto de evidências científicas até agora conhecidas são suficientes para estimular a estratégia de precaução no consumo deste tipo de bebida e reforçam a necessidade de uma indicação pelos fabricantes de potenciais efeitos adversos, com a finalidade de proteger os consumidores, principalmente os mais jovens.


Referência Bibliográfica


*American Heart Association Meeting Report - Abstract #P324 - March 21, 2013
*Journal of Public Health Policy advance online publication, 14 March 2013; doi:10.1057/jphp.2013.6
*Nutrition Reviews 2013 Mar;71(3):135-48. doi: 10.1111/nure.1200
*Paediatric Child Health. 2012 February; 17(2): 101




Hipertensão x alimentos processados

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular (infarto) e acidentes vasculares cerebrais (derrame). Estas doenças estão no topo do ranking das causas de morte prematura. Portanto, combater a hipertensão é uma forma eficaz de diminuir estas mortes. Por este motivo o controle da hipertensão arterial é um dos objetivos principais a ser atingido pelas políticas de saúde pública no mundo inteiro. Dentre as abordagens para este controle, a principal está relacionada com estilo de vida, onde dieta adequada e atividade física servem como os pilares destas políticas.

No que tange à dieta, a atenção dos pesquisadores, historicamente, tem se concentrado no sal. Existe uma série de evidências que comprovam que o excesso de sal na dieta moderna exerce um papel preponderante na causa da hipertensão. Considerando que em torno de 75% do sal ingerido na dieta provém de alimentos industrializados ou processados, o controle da ingestão de sal está se tornando cada vez mais difícil.

Agora, um novo aspecto vem sendo agregado à relação entre hipertensão e alimentos processados. Um estudo publicado no início de dezembro na revista científica Open Heart alerta para a entrada em cena de um novo personagem, presente, também em grande quantidade, no alimento processado (mesmo que muitas vezes não seja percebido) - este vilão é genericamente chamado de açúcar. São os carboidratos refinados - sacarose, glicose, frutose ou mesmo amido, que se degrada nestes açúcares simples. O estudo sugere uma série de mecanismos biológicos pelos quais estes açúcares, já bem conhecidos como fatores de risco para doenças metabólicas, podem também ser diretamente responsáveis pelo desenvolvimento da hipertensão arterial.

A principal preocupação dos pesquisadores é que a indústria alimentícia, ao ser pressionada para reduzir a quantidade de sal nos alimentos processados, tem aumentado, como compensação, a quantidade de açúcar nestes alimentos. Desta forma, as campanhas de redução de sal não surtiriam efeito, ao contrário, potencialmente poderiam aumentar o risco de hipertensão.

Se sua pergunta agora é: - Como sei o que é alimento processado ou industrializado? A resposta é simples: é processado ou industrializado todo o alimento que vem em embalagem, em lata ou em vidro.

E, no que diz respeito a açúcares dos diferentes tipos, os refrigerantes e os sucos adoçados são os mais ameaçadores à sua saúde!

Dê sempre preferência aos alimentos in natura, integrais, e o menos refinado possível.

Referência Bibliográfica
-Open Heart -2014;1:e000167. doi:10.1136/openhrt-2014-000167

Dieta do Mediterrâneo é a resposta para viver mais e melhor.

A dieta do mediterrâneo é um padrão alimentar típico das populações que vivem próximas ao mar mediterrâneo (sul da Europa) e que possuem vários elementos em comum, como o consumo preponderante de frutas, legumes, nozes, grãos integrais, peixe e óleo de oliva. Os benefícios à saúde da dieta do mediterrâneo já estão bem evidenciados em diversos trabalhos científicos, que demonstram efeitos como redução da mortalidade, aumento da longevidade e redução de doenças crônicas.

Resultados de uma nova pesquisa vêm somar-se a este já amplo contingente de evidências científicas favoráveis à esta dieta. A novidade deste novo estudo é a abordagem genética dos efeitos da dieta do mediterrâneo. A pesquisa, publicada no dia 2 de dezembro na revista British Medical Journal, teve como objetivo examinar se existe alguma associação entre a aderência à dieta do mediterrâneo e o tamanho dos telômeros.

Os telômeros são biomarcadores do envelhecimento e consistem de sequências repetitivas de DNA nas porções finais dos cromossomas.

Os telômeros sofrem um enfraquecimento natural pelos processos de divisão celular, tornando-se progressivamente menores com a idade, motivo pelo qual eles funcionam como um marcador de longevidade. O enfraquecimento dos telômeros pode ser acelerado por estresse oxidativo e inflamação. Telômeros curtos estão associados com uma menor expectativa de vida e uma maior probabilidade do indivíduo desenvolver doenças crônicas relacionadas com a idade. Alguns estudos sugerem que o padrão de enfraquecimento dos telômeros é modificável e que fatores relacionados com estilo de vida podem atuar sobre o seu encurtamento, independentemente da idade.

A pesquisa analisou dados de 4676 mulheres saudáveis que respondiam a um detalhado questionário sobre a alimentação, sendo atribuído um escore de 0 a 9 para a aderência à dieta do mediterrâneo (9 representando maior aderência) e faziam um teste sanguíneo, de onde foi extraída a medida do comprimento dos telômeros dos leucócitos.

Além da idade (mulheres mais jovens apresentaram telômeros maiores) houve uma associação significativa entre o comprimento dos telômeros com a aderência à dieta do mediterrâneo. Cada ponto no escore da dieta correspondeu a uma redução de 1,5 ano na idade do telômero. Curiosamente, não houve associação entre a ingestão dos itens da dieta ingeridos individualmente, sugerindo que o efeito favorável só é alcançado com o conjunto de elementos da dieta.

Este estudo confirma os benefícios da dieta do mediterrâneo sobre a promoção da saúde e a longevidade.

Referência Bibliográfica
-British Medical Journal 2014;349:g6674 doi:10.1136/bmj.g6674.




Combinação perigosa entre medicamentos e suplementos

Os suplementos nutricionais e vitamínicos têm apresentado um consumo crescente em vários países devido à sua grande publicidade sobre supostos benefícios à saúde.

A agência governamental que regula os medicamentos nos Estados Unidos (Food and Drug Administration - FDA) lançou recentemente um alerta sobre o uso combinado de suplementos e medicação.

Na classificação de suplementos dietéticos estão incluídos, além das vitaminas e minerais, outras substâncias como herbais, amino-ácidos, fitoterápicos, enzimas e extratos animais. Geralmente estes compostos não necessitam, para entrar no mercado, de pré-aprovação da FDA quanto à sua segurança e efetividade. Mesmo que alguns desses suplementos sejam mais conhecidos e com uso estabelecido há mais tempo, a maior parte necessita de estudos mais profundos para o entendimento do seu funcionamento e eficácia. Além disso, muitas vezes é confuso o discernimento entre o que é um alimento, um suplemento ou um medicamento sem receita.

Neste informativo o FDA alerta que tomar vitaminas e outros suplementos juntamente com medicação pode ser perigoso. Alguns suplementos podem aumentar o efeito da medicação e outros podem diminuir esse efeito. Isso ocorre porque certos suplementos podem alterar a absorção, a metabolização ou a excreção do medicamento, alterando desta forma a sua potência e eficácia.

Por exemplo, remédios para AIDS, para depressão, para o coração e mesmo pílulas anticoncepcionais, podem ter a sua eficácia reduzida se a pessoa faz uso da Erva-de-São-João, também conhecida como Hipericão. Dependendo da medicação envolvida, o resultado negativo pode ser sério. E, como esta, várias outras interações podem ocorrer entre medicamentos e suplementos.

A recomendação para evitar problemas de saúde, que podem atingir níveis graves, é consultar o médico para esclarecer os possíveis problemas com a ingestão de suplementos junto com remédios.

Referência Bibliográfica
-FDA Consumer Health Information / U.S. Food and Drug Administration OCTOBER 2014




Mudanças de atitude podem reduzir o derrama cerebral

Hoje queremos alertar para as atividades que você leva no dia a dia. As rotinas e os afazeres do cotidiano podem ser prejudiciais para a sua saúde física e mental. Você já deve ter ouvido aquela frase antiga :

"Está nervoso? Vai pescar."

É por ai. Mude seus hábitos em prol de sua saúde.

Você provavelmente tenha algum parente próximo ou distante, ou conhece alguém que tenha sofrido um derrame cerebral. A alta incidência desta doença torna-a comum, porém não por isso menos grave.

O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, é uma doença que afeta os vasos sanguíneos do cérebro. É uma das principais causas de morte e a principal causa de invalidez em todo o mundo. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o AVC é a principal causa de morte entre adultos (10% dos óbitos). A maioria dos sobreviventes necessita de tratamentos de reabilitação devido aos danos neurológicos e 70% ficam incapacitados de voltar ao trabalho.

O acidente vascular cerebral ocorre quando um vaso sanguíneo que leva nutrição ao cérebro é bloqueado por um trombo (um tipo de coágulo), interrompendo o fluxo de sangue (chamado de AVC isquêmico) ou o vaso sanguíneo sofre uma ruptura, o que provoca um extravasamento de sangue do vaso (AVC hemorrágico). Nas duas situações ocorre a morte das células nervosas da região do cérebro que deixa de receber o sangue. A função que estas células exerciam é perdida (movimento e sensibilidade de um lado do corpo, articulação da fala, etc.).

Pois esta doença ameaçadora e de prognóstico tão sombrio pode ser evitada ou ter seu risco bem diminuído. É o que diz um novo estudo publicado no dia 6 de junho na revista médica americana Stroke. No estudo foram avaliadas perto de 23.000 pessoas acima de 45 anos que não tinham doença cardíaca prévia. O risco foi quantificado por uma medida de saúde cardiovascular desenvolvida pela Associação Americana do Coração e que consta de sete itens: controle da pressão arterial, não fumar, controle do colesterol, dieta saudável, atividade física regular, controle da glicemia (açúcar no sangue) e controle de peso. Cada item foi quantificado como pobre (zero ponto), intermediário (um ponto) ou ideal (dois pontos). O escore geral de saúde cardiovascular foi categorizado como inadequado para quem atingiu de 0 a 4 pontos, médio para os que tiveram de 5 a 9 pontos e ótimo para os de 10 a 14 pontos.

Os resultados da pesquisa demonstram que cada ponto a mais no escore foi associado a 8% na redução de risco de ter um derrame. Pessoas com escore classificado como ótimo (10 a 14 pontos) têm uma redução de 48% no risco quando comparados com os classificados como inadequados (0 a 4 pontos). Dentre os sete fatores de estilo de vida, a pressão do sangue foi o mais importante em prever a ocorrência de um derrame. As pessoas com pressão arterial ideal têm um risco 60% menor de ter um derrame.

Outro fator de grande importância é o fumo. Pessoas que nunca fumaram ou que deixaram de fumar até um ano antes do estudo ter iniciado têm um risco 40% menor de sofrer um derrame.

Devido a alta incidência de mortes causadas pela doença, assim como as consequências devastadoras resultantes das sequelas neurológicas, a conscientização pessoal para promover mudança de hábitos que afetam o estilo de vida devem ser urgentemente consideradas. Ainda há tempo, o custo é baixíssimo, restrito apenas a um pequeno esforço pessoal. Os fatores interagem entre si, ou seja, não fumar, atividade física e dieta saudável têm efeitos positivos diretos sobre controle de peso, açúcar no sangue, colesterol e pressão sanguínea.

Ao contrário de outros fatores de risco como genética e idade, estes três hábitos (comer de forma saudável, atividade física e não fumar) você é soberano para mudar.

Não morra nem fique incapacitado por um derrame cerebral. Comece já.


Referência Bibliográfica
- Stroke 

- Published online