Fundação 2007 - Notícias - Informações - Entretenimento - Curiosidades - Ano 2023 -

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Novos estudos confirmam: - Sal demais faz mal à saúde. Sal a menos também.

Uma nova polêmica surge no horizonte científico das pesquisas médicas. Em três diferentes trabalhos científicos publicados recentemente na revista The New England Journal of Medicine, é exposto um conjunto de resultados que relacionam o consumo global de sódio e a ingestão e excreção urinária de sódio e potássio (que servem de estimativa de sua ingestão) com o risco de doença cardíaca e morte.

Já está bem estabelecido por estudos prévios que um aumento do consumo de sódio está associado com o aumento da pressão arterial, um dos principais fatores de risco para doença cardíaca. Estima-se que um bilhão de pessoas no mundo tenham hipertensão e que ela é responsável por 9 milhões de mortes por ano. Entretanto, os efeitos da ingestão de sódio sobre a mortalidade por doença cardiovascular, em termos globais, não eram conhecidos.

Em um dos trabalhos foi quantificada a ingestão global de sódio baseada em levantamentos de 66 países e, compilando os resultados de 107 pesquisas já publicadas por meio de uma ferramenta estatística chamada de meta-análise, foi estimado o efeito da ingestão de sódio sobre a pressão arterial e o efeito da pressão arterial sobre mortalidade cardiovascular. Os resultados apresentam uma robusta relação linear entre o consumo de sódio e eventos cardiovasculares (quanto maior a ingestão de sal maior é o risco de doença cardiovascular) e se estima que mais de um milhão e seiscentas mil mortes por doença cardiovascular em todo o mundo, no ano de 2010, podem ser atribuídas ao excesso do consumo de sódio.

As recomendações para prevenção de doenças cardíacas das principais sociedades de cardiologia pelo mundo estabelecem que a ingestão máxima de sódio não ultrapasse de 1,5 a 2,4 gramas por dia (o valor de referência é 2 g de sódio/dia). Estes valores representam em torno de 4 a 6 g de sal (o sódio corresponde a 40% do peso total do sal de cozinha e uma colher de chá contém próximo de 6 g de sal de cozinha, dos quais 2,4 g são de sódio).

Os outros dois trabalhos compõem um grande estudo que avaliou o consumo de sódio e potássio pela análise da excreção urinária diária destes eletrólitos em mais de 100 mil pessoas de 17 países. Este consumo foi relacionado com hipertensão arterial e o risco de morte por doença cardíaca.

Os resultados do efeito do sal sobre a pressão são claros em demonstrar que quanto maior o consumo de sal, maior é a pressão arterial. Os que já têm pressão alta e os mais velhos são mais sensíveis ao efeito do sal sobre a pressão. No que tange ao efeito do sal sobre mortalidade, também os hipertensos que ingerem mais sal apresentam maior risco. Nas pessoas de pressão normal, os que têm uma excreção de sódio maior, que corresponde a uma ingestão acima que 4 g/dia têm um risco de morte proporcionalmente maior.

E, para surpresa de muitos, as pessoas com uma excreção urinária que corresponde a uma ingestão de menos de 2 g de sódio por dia, também têm um maior risco de morte. Aparentemente existe uma janela de ingestão de sódio de 2 a 4 g/dia em que os riscos de morte são menores. Consumos tanto acima quanto abaixo destes valores aumentariam o risco.

O potássio, por sua vez, apresentou uma relação inversa entre excreção urinária e pressão arterial, assim como com risco de morte cardiovascular. Isto reforça uma postulação preconizada a algum tempo, que a relação entre as concentrações de sódio e potássio no organismo talvez seja mais importante que os seus valores individuais.

Os resultados deste estudo revelam outro dado interessante. Somente 10% dos participantes apresentaram uma excreção diária de sódio correspondente à ingestão diária preconizada, de 2 g/dia. Isto indica que parece ser muito difícil atingir os valores recomendados de ingestão diária de sódio, a despeito dos alertas e campanhas que são feitas neste sentido. Provavelmente isto se deve ao fato que em torno de 80% do sal que ingerimos diariamente provir de alimentos industrializados e não do nosso saleiro doméstico.

Muito bem, isto quer dizer que eu posso comer sal à vontade? Definitivamente não! Está muito claro, e confirmado por estes estudos, que a ingestão acima de certas quantidades é altamente prejudicial à saúde. Por outro lado, dietas altamente restritivas ao sal também podem ser prejudiciais. Principalmente se acompanhadas de uma baixa ingestão de potássio.

Reduzir a ingestão de alimentos industrializados ao mínimo e aumentar a ingestão de frutas, legumes e vegetais, compõe uma fórmula segura de manter um equilíbrio saudável entre sódio e potássio no organismo.

Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde

Álcool aumenta o Risco de Câncer

A noção de que a ingestão regular de álcool é um fator prejudicial à saúde vem sendo minimizada nas últimas décadas. Este afrouxamento na restrição ao álcool ocorre por conta de resultados de pesquisas publicados na literatura médica, indicando que o consumo moderado de álcool pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

A partir destas observações surgiu o conceito do paradoxo francês. Na época destas observações, o consumo de gordura saturada na França era elevado, ao passo que a incidência de doenças cardiovasculares era baixa. Esta condição paradoxal foi atribuída ao elevado consumo de álcool pelos franceses (particularmente vinho tinto), o que exerceria um efeito protetor da doença cardiovascular. Isso abriu uma nova perspectiva nas recomendações médicas que tem levado a uma certa permissividade em relação à ingestão moderada de álcool pela população em geral.

Contrário a esta tendência, o recente relatório mundial da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), que é uma divisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que o consumo regular de qualquer quantidade de álcool aumenta o risco para vários tipos de câncer. Em 1988 a mesma Agência já havia declarado o álcool como um carcinógeno.

Apesar dos mecanismos do álcool causando câncer ainda não estarem completamente esclarecidos, o etanol é um carcinógeno comprovado e, além disso, bebidas alcóolicas possuem outras substâncias também carcinogênicas. Um dos produtos do metabolismo do álcool é o acetaldeído, que, assim como o álcool não metabolizado, quando em contato direto com as mucosas das vias aéreas e do trato digestivo superior, provocam sua hiperproliferação. Mesmo doses baixas podem aumentar o risco de câncer nestas áreas. O consumo de álcool também aumenta o risco de câncer de cólon, reto, fígado e de mama em mulheres.

Qualquer dose pode ser prejudicial. Segundo a OMS não há dose segura de álcool quanto ao risco de câncer. Além disso, já foi observada uma relação dose/resposta entre álcool e alguns tipos de câncer. Mesmo para o bebedor leve (social), o risco de câncer para orofaringe, esôfago e mama em mulheres é aumentado.

Fica enfatizado que as evidências dos efeitos prejudiciais do álcool à saúde, como um todo, são mais contundentes que as dos seus efeitos benéficos.

Este relatório da Organização Mundial da Saúde deve produzir a seguir novas orientações que sejam mais restritivas quanto ao consumo de álcool, em qualquer quantidade, pela população.

Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde

Para uma alimentação saudável evite os pacotes

A urbanização crescente e o estilo de vida moderno têm levado a mudanças substanciais nos hábitos alimentares da população, especialmente nos países ocidentais. O maior tempo gasto no transporte de casa para o trabalho e vice-versa é compensado com um menor tempo para a realização das refeições. Se, antigamente, nas pequenas comunidades, todas as refeições eram feitas e preparadas em casa, nos dias de hoje isto é raro.

Para fazer frente a esta nova realidade de demanda de refeições rápidas e práticas houve um grande crescimento da indústria de alimentos prontos ou pré-prontos, os chamados alimentos industrializados, acondicionados em embalagens dos mais diversos padrões. Além disso, houve também uma grande proliferação de restaurantes e lanchonetes, além de serviços de venda de comidas prontas em grandes redes de supermercados. A tecnologia, por sua vez, contribuiu com o forno de micro-ondas, que permite o aquecimento ou cozimento dos alimentos prontos ou pré-prontos em tempos menores.

No entanto, esta mudança de hábito alimentar causa efeitos colaterais e os custos destes efeitos são geralmente cobrados na saúde da pessoa.

Uma das principais consequências negativas deste tipo de alimentação diz respeito ao excesso da ingestão de sódio (contido no sal de cozinha), pois existe uma correlação direta e positiva entre este excesso de ingestão e o aumento da pressão arterial. Hipertensão arterial (pressão alta) é um dos principais fatores de risco para uma série de doenças (doenças cardíacas e derrames cerebrais) que constituem as principais causas de morte -- inclusive mortes precoces -- nos dias atuais.

Os Estados Unidos é certamente o país campeão em consumo de comida industrializada e dados recentes indicam que mais de 90% dos adultos americanos consomem mais sódio do que o recomendado. Um estudo recente, realizado naquele país e publicado na revista científica Preventing Chronic Disease deste mês de abril, avaliou o conteúdo de sal nos alimentos industrializados vendidos nos supermercados. Foi constatado que mais de 50% dos alimentos vendidos em embalagens têm uma grande quantidade de sal adicionado, sendo superior ao recomendado como quantidade saudável pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, que é o órgão que define as diretrizes de consumo alimentar saudável.

A quantidade de sódio ingerida considerada saudável, ou seja, sem potenciais repercussões sobre a pressão arterial, é de 2,3 gramas de sódio por dia para adultos até 51 anos. Para pessoas com mais de 51 anos, ou de qualquer outra idade que já tenham hipertensão, diabete ou doença renal crônica e para os afrodescendentes, este valor é de 1,5 gramas/dia. Considerando que um potinho de sopa pronta ou um sanduíche de fastfood contêm 2,2 g de sódio, fica difícil manter uma dieta alimentar saudável com estes alimentos sendo ingeridos de forma sistemática e não só "de vez em quando".

Os autores da pesquisa alertam também para a importante constatação de que a maioria do sódio ingerido pela população vem de comida de restaurantes e de alimentos processados (industrializados) vendidos em pacotes. Ambos podem conter um excesso de sódio. Estima-se que hoje, somente 25% do total de sódio ingerido por uma pessoa é aquele adicionado na preparação caseira do alimento (seja durante a preparação ou após a preparação), e 75% provém de alimentos industrializados, comprados prontos ou pré-prontos em embalagens.

Com este ambiente alimentar cresce a dificuldade para atingir-se um consumo de sódio saudável.

Uma dica que funciona muito bem é ficar longe das embalagens. Quanto mais natural o alimento, melhor para a sua saúde.



Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-Preventing Chronic Disease - 2015;12:140500. DOI: http://dx.doi.org/10.5888/pcd12.140500.

A bruxa tem mas ninguém gosta de ter. Você sabia que Verruga é contagiosa?

O que é?
É um tumor benigno causado por vírus (HPV) Pappilomavirus humano, vírus este que pode causar também tumores malignos no colo do útero ou no pênis, segundo o sorotipo. São benignos os de sorotipo 1, 2, 3 e 4. 

A denominação das verrugas está relacionada ao lugar onde elas se desenvolvem ou ao seu aspecto.

Assim temos:

  1. verruga plantar nas solas,
  2. palmar nas palmas,
  3. anogenital ou condilama acuminado cerca do períneo,
  4. periungueal ao redor das unhas,
  5. subungueal sob as unhas,
  6. vulgar as de aspecto mais característico (couve-flor),
  7. plana,
  8. filiforme,

Como se adquire?

As verrugas são de causa infecciosa, transmitindo-se por contato com o vírus causador, contato este que pode variar desde um apertar as mãos até uma relação sexual ou a coçadura de uma lesão estabelecida que propicia a auto-inoculação, também é possível a transmissão através de objetos.

Como evolui?

Mínimas lesões da pele permitem o vírus penetrar nas células, obrigando-as a produzir uma proteína que interfere nas funções reguladoras da reprodução celular, com isto a reprodução celular se dá de forma anormalmente acelerada. A supressão desta regulação é temporária o que explica a permanência autolimitada das verrugas e seu desaparecimento após certo tempo.

O que se sente?

As verrugas são nódulos (proliferação celular) endurecidos, benignos, de cor acinzentada, que de forma geral não causam sintomas. Em determinadas situações (devido à localização) pode haver dor ou sangramento.

Como se faz o diagnóstico?

Em princípio o exame clínico é suficiente levando-se em conta os aspecto e a localização da lesão.

Como se previne?

Previne-se evitando o contato com o vírus. A prevenção é de difícil execução, sendo raro o adulto que já não tenha apresentado algum tipo de verruga. 


Fonte : ABCSaúde



Consumo habitual de pimenta reduz mortalidade

O consumo de temperos em geral é um hábito muito antigo em várias culturas e atinge finalidades tão diversificadas quanto dar sabor e cor à comida até o seu uso medicinal, tendo sido por séculos, antes do advento da tecnologia, um importante fator de preservação dos alimentos.

Vários estudos científicos de pequeno porte têm demonstrado efeitos benéficos à saúde produzidos pelo consumo regular de temperos, especialmente a pimenta, benefícios estes que vão desde a redução da incidência de câncer até a diminuição do risco de sobrepeso e obesidade. Por sua vez, os agentes bioativos dos temperos (o principal chama-se capsaicina e é encontrado na pimenta) parecem ter efeitos positivos sobre doenças de vários sistemas (cardiovascular, gastrointestinal, endócrino), produzem benefícios em doenças dermatológicas, alguns tipos de cânceres e distúrbios urogenitais, além de apresentar também uma atividade antibacteriana.

Apesar deste conjunto de resultados apontar para um real benefício dos temperos (especialmente a pimenta) à saúde, até agora nenhum grande estudo havia abordado um possível efeito sobre a mortalidade. Pois nesta semana esta lacuna foi preenchida com a publicação na revista médica The British Medical Journal de um grande estudo prospectivo realizado na China e que teve o objetivo de examinar a associação entre o consumo regular de comida apimentada e a mortalidade total ou a causada por doenças específicas.

A pesquisa acompanhou por uma média de sete anos cerca de 490 mil homens e mulheres com idades entre 30 e 79 anos. Cada participante do estudo referiu o seu estado de saúde, o consumo de álcool, de temperos em geral, de pimenta e sua forma (fresca, seca, em óleo ou molho) e o consumo de carne e vegetais.

No período avaliado, a taxa de mortalidade foi significativamente mais elevada nas pessoas que ingeriam pimenta menos que um dia por semana quando comparada à mortalidade das que ingeriam pimenta 1 a 2, 3 a 5 e 6 a 7 dias por semana. Os participantes que ingeriam 1 a 2 vezes por semana tiveram uma taxa de mortalidade 10% menor no período e os que ingeriam pimenta 3 ou mais vezes por semana a redução chegou a 14%. Na análise da causa de morte específica, o grupo que ingeriu mais pimenta apresentou um risco de morte menor por certas doenças como câncer, isquemia cardíaca e doenças respiratórias. Curioso também é o dado que demonstrou que a ingestão de pimenta fresca tem um efeito protetor muito mais forte contra a mortalidade causada por estas doenças acima mencionadas. Estes resultados demonstraram-se consistentes mesmo após o ajuste dos dados para excluir outros fatores de risco potencialmente conhecidos.

Mesmo que a natureza do estudo não permita o estabelecimento de uma relação de causa e efeito (o tipo de estudo só tem poder de demonstrar uma associação entre dois eventos e não que um evento esteja causando o outro), os seus resultados fornecem indícios suficientes para ser sugerido um consumo moderado de pimenta no nosso dia-a-dia.


Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde
Foto : ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-The British Medical Journal - 2015;351:h3942|doi:10.1136/bmj.h3942

Uso excessivo de redes sociais está associado a depressão

O uso de redes sociais é um fenômeno global e em franco crescimento devido, principalmente, ao aumento do acesso a internet e a popularização dos "smartphones".

Estima-se que cerca de dois bilhões de pessoas no mundo utilizam redes sociais.

A utilização destes recursos tecnológicos, sem dúvida, facilita a vida cotidiana das pessoas na medida em que permite uma comunicação interpessoal mais rápida e amplia o acesso a informação. Por outro lado, a observação de que o uso das redes sociais pelas pessoas tem se tornado excessivo, não seguindo um padrão de necessidade e mostrando, inclusive, características de adição (vício), vem gerando preocupações sobre possíveis impactos que este comportamento possa produzir no bem-estar físico e mental dos indivíduos.

Um estudo recente, publicado na revista Depression and Anxiety, procurou avaliar se existe alguma associação entre intensidade de uso das redes sociais e depressão. A depressão é uma doença de alta prevalência, que acomete todas as idades, sendo uma das maiores causas de incapacidade nos países desenvolvidos. Múltiplos fatores contribuem para o desencadeamento da depressão e há um interesse crescente sobre o quanto o uso excessivo das redes sociais pode influenciar o bem-estar psicológico.(
aNGˈzī-itē)

O estudo envolveu 1787 adultos com idades entre 19 e 32 anos. O tempo total de uso das redes sociais foi computado e a depressão foi avaliada por meio de um sistema de informação com uma escala de depressão. Os dados coletados foram submetidos a tratamento estatístico, que indicou uma robusta associação entre a intensidade do uso das redes sociais com depressão.

Este tipo de estudo, no entanto, não permite que seja estabelecida uma relação de causa e efeito. Estes resultados tanto podem indicar que o uso excessivo das redes sociais pode contribuir para a depressão, como podem sugerir também a forte possibilidade que pessoas que já apresentam sintomas de depressão estão mais propensas a usar mais as redes sociais.

Mesmo que fosse este o caso, entretanto, ficar mais tempo nas redes sociais não ajudaria a diminuir os sintomas de depressão. Além disso, o fato dos resultados apresentarem uma curva dose-resposta (quanto maior o uso das redes sociais proporcionalmente maior foi o grau de depressão) fala a favor da primeira possibilidade, sem no entanto torná-la conclusiva.

Respostas mais definitivas a esta questão só serão possíveis com a análise de um conjunto maior de estudos, o que certamente acontecerá em um futuro próximo.

Até lá o uso parcimonioso das redes sociais parece ser a atitude mais prudente.


Autor: Dr. : Gilberto Sanvitto
Fonte e foto : ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-Depression and Anxiety 2016 - DOI:10.1002/da.22466 .

Comer peixe pode reduzir risco de câncer de mama

Doença que afeta predominantemente mulheres (também pode ocorrer em homens), o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum em mulheres. No Brasil, a estimativa de novos casos para 2012 foi de mais de 52.000, segundo o Instituto Nacional do Câncer. A taxa de mortalidade por este tipo de câncer continua elevada em nosso país, tendo superado as 12.000 mortes no ano de 2010. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a incidência do câncer de mama tem crescido em todo o mundo, independente da condição econômica do país.

Uma das estratégias para tentar reduzir a incidência desta doença é a prevenção. Nas últimas décadas vários estudos epidemiológicos têm sugerido que uma dieta saudável é um fator crítico na prevenção do câncer de mama, e a gordura na dieta é um dos fatores mais estudados. Se por um lado a gordura saturada (presente nas carnes vermelhas) parece estar associada a um aumento de risco, a gordura polinsaturada produziria uma redução no risco de câncer de mama. Porém, os resultados dos estudos observacionais em humanos são inconsistentes. Ou seja, os resultados não são confirmados por pesquisas subsequentes.

Um novo estudo foi publicado no último dia 27 de junho na revista médica inglesa British Medical Journal utilizando uma revisão sistemática da literatura científica sobre o assunto e aplicando sobre o conjunto de resultados já publicados uma metodologia chamada de meta-análise, que compila e analisa o conjunto dos resultados, com uma abordagem estatística específica, conferindo à análise um maior poder. Pois esta pesquisa concluiu que uma alta ingestão de gordura encontrada em alguns tipos de peixes (salmão, sardinha e atum, principalmente) está associada a uma redução de 14% do risco das mulheres desenvolverem câncer de mama num período de 20 anos.

Este tipo de estudo não tem capacidade de demonstrar uma relação causa-efeito, e o possível mecanismo de ação é somente uma especulação, na qual as gorduras polinsaturadas (PUFA) ajudariam a regular a atividade de moléculas envolvidas no crescimento das células, impedindo o desenvolvimento do câncer.

Um fator importante da pesquisa é que os autores puderam estabelecer uma relação dose-resposta entre o consumo de peixe e a redução do risco. Para cada 0,1 g/dia das gorduras polinsaturadas consumidas há uma redução de 5% no risco de câncer de mama. Segundo os pesquisadores, isto corresponde a 1 a 2 porções destes tipos de peixe por semana.

Considerando que a ingestão destes tipos de peixe está associada a outros benefícios à saúde, que a oferta desses peixes tem aumentado no país a preços razoáveis (principalmente da sardinha e do atum), parece valer a pena investir na introdução deste hábito alimentar em nossas famílias como um fator de prevenção de doenças.

Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde
Foto : ABC da Saúde

Saiba como proceder em caso de descobrir alergias a certos alimentos

O processo para alcançar uma alimentação saudável esbarra em algumas dificuldades. A correria do dia a dia é uma delas e pode ser superada com organização. Existe um fator, porém, que tira a pessoa do controle em um primeiro momento: a alergia alimentar.

Geralmente é uma resposta do sistema imunológico a um alimento que o corpo não tolera e que pode trazer deficiências nutricionais. Segundo Priscila Farage, mestre em nutrição humana, a alergia ocorre quando o alimento provoca uma reação anormal. “O organismo reage contra certas proteínas que estão presentes nos alimentos. Nesse tipo de reação, o organismo erroneamente identifica aquela proteína, que é um nutriente natural do alimento, como sendo prejudicial. Entre as alergias alimentares, as mais comuns são a leite de vaca, soja, ovo, trigo, peixe, frutos do mar, amendoim e castanhas”, aponta a nutricionista.

A alergia pode se manifestar em qualquer fase da vida, porém ela é mais presente entre as crianças. “Existem algumas hipóteses para explicar a ocorrência das alergias, sendo a predisposição genética o fator mais associado ao seu desenvolvimento. Ou seja, filhos de pais alérgicos apresentam maior chance de desenvolver alergias”, explica Priscila.

“As manifestações da alergia alimentar são variadas. Existem sinais e sintomas digestivos, respiratórios, cutâneos e gerais que sugerem que o indivíduo possa ter alergia alimentar. Vômitos, refluxo, cólicas intensas, sensação de alimento parado na garganta, saciedade precoce, diarreia e constipação são algumas delas. Mas ainda temos coriza, obstrução nasal, chiado, dificuldade para respirar, tosse, urticária, dermatite atópica (ressecamento e descamação da pele), coceira, baixo ganho de peso (em crianças), anafilaxia. Os indícios são muitos e variados”, explica Priscila.

Esses sintomas podem aparecer tanto logo após a alimentação quanto horas depois. A recomendação é consultar um médico enquanto a reação alérgica estiver ocorrendo. Se não for possível, anote o que aconteceu e procure um clínico médico, um alergologista ou um gastroenterologista ou gastropediatra, no caso de crianças.

O único tratamento para alergia alimentar é a exclusão do alimento específico. “Existem alguns medicamentos que podem aliviar os sintomas no caso da ingestão acidental. Porém, os medicamentos não tratam a alergia e nem eliminam a necessidade de seguir a dieta isenta dos alimentos que causam a alergia no indivíduo. O nutricionista pode auxiliar no tratamento, por meio da prescrição da dieta e orientações relativas à substituição dos alimentos, prevenindo deficiências dos nutrientes. É muito importante que o paciente com alergia alimentar busque adequada orientação para se alimentar sem colocar em risco a saúde. Além disso, a leitura cuidadosa dos rótulos de alimentos é essencial para que não haja o consumo acidental de algum alimento alergênico”, ensina Priscila.


Fonte e foto : Saúde Brasil Portal

Enxaqueca

Ter dor de cabeça já ruim, agora imagine conviver com crises de dor acompanhadas de sensibilidade à luz, ao som e náuseas. Essas são as características da enxaqueca, tipo de cefaleia que afeta 15 a cada cem brasileiros, cerca de 30 milhões de pessoas. Como consequência, há ainda o impacto social e emocional, o que leva a mudanças no dia a dia.

Segundo o estudo My Migraine Voice, promovido pela farmacêutica Novartis em parceria com a Aliança Europeia para Enxaqueca e Cefaleia, 82% dos brasileiros que têm enxaqueca afirmam que sofrem com o impacto social das dores.

A análise entrevistou 11.266 pessoas de 31 países, sendo que 851 eram do Brasil. Dentre os brasileiros, 56% relatam não conseguir cumprir todas as atividades diárias e realizar hobbies. Mais de 50% se sentem impossibilitados de comparecer a eventos sociais e 30% não conseguem praticar exercícios físicos.

"Trata-se de uma doença complexa que envolve várias áreas do cérebro e tem como manifestação predominante a dor de cabeça", diz Mario Peres, neurologista da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). Os demais sintomas, como náuseas, vômitos e sensibilidade à luz, som e odores, são o que diferencia a enxaqueca de uma dor de cabeça comum e determina o diagnóstico.

Outros fatores que o médico aponta como diferenciais são: o local da cabeça que dói (geralmente de um lado só); a intensidade (moderada a forte); e o tipo de dor (latejante). A ocorrência de crises de dor também é uma característica marcante. "Exames de imagem ou laboratoriais não dão diagnóstico de enxaqueca, apenas excluem outras causas caso haja dúvida no diagnóstico", diz Peres.

Dos mais de 11 mil participantes da pesquisa, 74% disseram que ficam, em média, 19 horas por mês isolados no escuro devido à enxaqueca. Mais de 80% têm dificuldades para dormir, sentem-se depressivos e não compreendidos. No entanto, 57% relataram pelo menos um aspecto positivo, como aprender a lidar com o quadro, tornando-se uma pessoa mais forte.

No Brasil, 42% associam enxaqueca à depressão e 20% têm autoestima baixa. "Crises de enxaqueca e depressão podem estar relacionadas de maneiras variadas, ambas podem ser causadas por distúrbios químicos cerebrais similares e também podem se relacionar à genética", afirma o neurologista.

"A causa da enxaqueca é desconhecida, mas o que se sabe é que fatores ambientais e genéticos podem desencadear as crises e um dos problemas recorrentes de quem sofre com a doença é a automedicação, e a busca por um neurologista acaba postergada para quando os sintomas se tornam graves. O diagnóstico costuma ser complexo, pois os sintomas podem sugerir outras doenças", afirma Renan Domingues, professor de neurologia e coordenador do setor de cefaleias da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

A doença também tem impacto nas atividades laborais dos pacientes, sendo que 45% dos brasileiros afirmam ter redução de desempenho e 17% alegam faltar ao trabalho devido à enxaqueca. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o quadro é a sexta enfermidade mais incapacitante no mundo.

O tratamento para enxaqueca é feito de duas formas, que são até simultâneas, segundo o neurologista. "O tratamento agudo, com medidas para cortar a crise quando ela já está instalada e o tratamento preventivo para evitar que venham as dores", explica. Este último é o mais importante para tratar dores que são recorrentes, que ocorre três ou mais vezes por mês.

Peres alerta ainda que o paciente com enxaqueca deve ser tratado com drogas profiláticas e específicas, que são tomadas uma vez por dia. "Elas atuam em vários mecanismos geradores da enxaqueca. São usados remédios antidepressivos, betabloqueadores, anticonvulsivantes, além de outras classes. Recentemente, medicações de uso subcutâneo, tomados uma vez por mês, têm mostrado resultado promissor pelo efeito positivo e boa tolerância", diz o médico.

Para quem recorre aos analgésicos quando as dores de cabeça surgem, o neurologista da SBC afirma que usá-los sem tratar as causas da enxaqueca pode agravar o quadro. "É como tomar antitérmico para febre de uma infecção bacteriana sem dar o antibiótico", diz. O especialista avalia que as propagandas de analgésicos induzem os pacientes à automedicação e "isso é muito prejudicial, pois leva a pessoa que sofre de enxaqueca a se iludir com o uso de remédios que não vão resolver o problema, apenas dar alívio temporário".
Ação conscientiza sobre enxaqueca

Em alusão ao Dia Nacional da Cefaleia, que foi nesse domingo, 19, a Associação Brasileira de Cefaleias e Enxaqueca (Abraces), com o apoio da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), promoveu a ação #RelaxaACabeça de mindfulness, em São Paulo.

Na ocasião, o público fez atividades de relaxamento e alongamento. Além disso, o neurologista Mario Peres estava no local alertando a população sobre os sintomas, causas, diagnóstico e importância da adesão ao tratamento mais adequado.

A ação ocorreu no domingo, 19, das 8h às 12h, no Parque do Ibirapuera, localizado na Avenida Pedro Álvares Cabral, Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Fonte : emais.estadao.com.br
Foto : Biosom

Barulho do tráfego está associado ao aumento da barriga

A obesidade é uma condição que predispõe o desenvolvimento de diversas doenças. A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de três milhões de pessoas morram por ano em consequência do sobrepeso e obesidade. Devido ao seu crescimento epidêmico nos últimos anos e seus efeitos prejudiciais ao organismo (como diminuição da qualidade e encurtamento do tempo de vida) muito tem se estudado sobre as possíveis causas da obesidade. Sedentarismo e maus hábitos alimentares associados à urbanização são as principais. No entanto, muitas outras podem ter uma contribuição importante.

Pouco tem sido estudado sobre os efeitos no organismo de uma das principais consequências da urbanização - o aumento do setor de transportes e seus ruídos. Algumas pesquisas revelam que o barulho do tráfego é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, tais como hipertensão, infarto e acidente vascular cerebral (AVC ou derrame). No entanto, pouco se sabe sobre seu efeito sobre o metabolismo.

Preenchendo esta lacuna, foram publicados recentemente dois trabalhos científicos que tiveram por objetivo estudar uma possível associação entre intensidade do ruído do tráfego e marcadores de obesidade. Um dos estudos foi realizado na Noruega, onde foram acompanhados mais de oito mil participantes por um período de 10 anos. O outro estudo foi na Suécia, onde mais de cinco mil participantes foram acompanhados por um período de 8 a 10 anos. Os marcadores de obesidade avaliados foram o índice de massa corporal, a circunferência abdominal e a relação entre cintura e quadril. A exposição ao ruído do tráfego foi medida seguindo a Diretiva Europeia de Ruído Ambiental e três tipos principais de ruídos foram identificados: os provocados pelo tráfego de automóveis, de aviões e de trens.




Os resultados das pesquisas revelaram que há uma associação proporcional e positiva entre a intensidade de ruído a que o individuo está exposto e sua circunferência abdominal. Quanto mais ruído maior a circunferência. Além disso, o risco para um aumento da cintura cresce com a associação de ruídos de diferentes origens. Assim, aqueles que estão expostos a ruídos de somente uma origem (tráfego de automóveis, por exemplo) têm uma chance 25% maior de ter aumento abdominal que aqueles que não estão expostos. Este risco dobra para aqueles expostos aos ruídos das três origens (avião, carro e trem). E este aumento é proporcional à intensidade de ruído.

As explicações para estes achados estão ligadas a fatores indiretos desencadeados pelos ruídos. Seriam eles o estresse crônico (produzindo aumento do hormônio cortisol) e as alterações de sono. Estes mesmos fatores que são responsáveis pelas doenças cardiovasculares estariam na gênese do desenvolvimento da obesidade abdominal.

Além do seu tom de curiosidade, estes resultados podem servir de importante subsídio para a abordagem multifatorial da prevenção e tratamento da obesidade.



Texto : Equipe ABC Saúde
Fonte : Referência -Occupational & Environmental Medicine 2015;0:1-8. doi:10.1136/oemed-2014-102516
-EnvironmentalResearch 138(2015)144-153 doi.org/10.1016/j.envres.2015.01.011

Foto   : Psicologia e Juventude





Fique sabendo um pouco da dislexia.

É uma dificuldade primária do aprendizado abrangendo: leitura, escrita, e soletração ou uma combinação de duas ou três destas dificuldades. Caracteriza-se por alterações quantitativas e qualitativas, total ou parcialmente irreversíveis . É o distúrbio (ou transtorno) do aprendizado mais freqüentemente identificado na sala de aula. Está relacionado, diretamente, à reprovação escolar, sendo causa de 15 % das reprovações. Em nosso meio, entre alunos das séries iniciais (escolas regulares) têm sido identificados problemas em cerca de 8 %. Estima-se que a dislexia atinja 10 a 15 % da população mundial

Quem pode ser afetado?

A dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela pode atingir igualmente pessoas das raças branca, negra ou amarela, ricas e pobres, famosas ou anônimas, pessoas inteligentes ou aquelas mais limitadas.

Qual a causa?

A dislexia tem sido relacionada a fatores genéticos, acometendo pacientes que tenham familiares com problemas fonológicos, mesmo que não apresentem dislexia. As alterações ocorreriam em um gene do cromossomo 6 . A dislexia, em nível cognitivo- lingüístico, reflete um déficit no componente específico da linguagem , o módulo fonológico, implicado no processamento dos sons da fala. Uma criança que tenha um genitor disléxico apresenta um risco importante de apresentar dislexia, sendo que 23 a 65 % delas apresenta o distúrbio.

Um gene recentemente relacionado com a dislexia é chamado de DCDC2. Segundo o Dr. Jeffrey R. Gruen, geneticista da Universidade de Yale, Estados Unidos, ele é ativo nos centros da leitura do cérebro humano.

Outro gene, chamado Robo1, descoberto por Juha Kere, professor de genética molecular do Instituto Karolinska de Estocolmo, é um gene de desenvolvimento que guia conexões, chamadas axônios, entre os dois hemisférios do cérebro.

Pesquisadores dizem que um teste genético para a dislexia pode estar disponível dentro de um ano. Crianças de famílias que têm história da dislexia poderão ser testadas. Se as crianças tiverem o risco genético, elas podem ser colocadas em programas precoces de intervenção.

O que se sente?

Sinais indicadores de dislexia:

A dificuldade de ler, escrever e soletrar mostra-se por dificuldades diferentes em cada faixa etária e acadêmica

Pré-Escola, pré-alfabetização

Aquisição tardia da fala
Pronunciação constantemente errada de algumas sílabas
Crescimento lento do vocabulário
Problemas em seguir rotinas
Dificuldade em aprender cores, números e copiar seu próprio nome
Falta de habilidade para tarefas motoras finas (abotoar, amarrar sapato, ...)
Não conseguir narrar uma história conhecida em seqüência correta
Não memorizar nomes ou símbolos
Dificuldade em pegar uma bola


Início do ensino fundamental - Alfabetização

Dificuldades mais identificadas :

fala.
aprender o alfabeto
planejamento e execução motora de letras e números
preensão do lápis
motricidade fina e do esquema corporal.
separar e seqüenciar sons (ex: p – a – t – o )
habilidades auditivas - rimas
discriminar fonemas de sons semelhantes: t /d; - g / j; - p / b.,
diferenciação de letras com orientação espacial: d /b ;- d / p; - n /u; - m / u pequenas diferenças gráficas: e / a;- j / i;- n / m;- u /v
orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano)
orientação espacial (lateralidade difusa, confunde a direita e esquerda, embaixo, em cima) execução da letra cursiva


Ensino Fundamental

Dificuldades mais identificadas:

atraso na aquisição das competências da leitura e escrita. Leitura silábica, decifratória. Nível de leitura abaixo do esperado para sua série e idade.
soletração de palavras
ler em voz alta diante da turma
supressão de letras: cavalo /caalo;-. biblioteca/bioteca; - bolacha / boacha
Repetição de sílabas: pássaro / passassaro; camada / camamada
seqüência de letras em palavras Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras (ai-ia; per-pré; fla-fal; me-em).
Fragmentação incorreta: o menino joga bola - omeninojo gabola
planejar, organizar e conseguir terminar as tarefas dentro do tempo
enunciados de problemas matemáticos e figuras geométricas
elaboração de textos escritos expressão através da escrita
compreensão de piadas, provérbios e gírias
seqüências como: meses do ano, dias da semana, alfabeto, tabuada. mapas
copiar do quadro


Ensino Médio

Dificuldades mais identificadas:

Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas.
Leitura vagarosa e com muitos erros
Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas
Dificuldade em planejar e fazer redações
Dificuldade para reproduzir histórias
Dificuldade nas habilidades de memória
Dificuldade de entender conceitos abstratos
Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes
Vocabulário empobrecido
Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade


Ensino Superior / Universitário

Dificuldades mais identificadas:

Letra cursiva.
Planejamento e organização.
Horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem).
Falta do hábito de leitura.
Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas).


Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. Os sintomas podem ser percebidos em casa mesmo antes da criança chegar na escola. Uma vez identificado o problema de rendimento escolar, deve-se procurar ajuda especializada.

AVALIAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

A equipe multidisciplinar, incluindo Psicólogo, Fonoaudiólogo e Psicopedagogo Clínico inicia investigação detalhada e verifica a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso. É muito importante o parecer da escola, dos pais, o levantamento do histórico familiar e a evolução do paciente.

Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são conseqüências, não causa da dislexia).

A equipe multidisciplinar deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.

Essa avaliação é importante tanto na identificação das causas das dificuldades apresentadas, quanto permite orientar o encaminhamento adequado para o caso individualizado.

Não existe teste único, patognomônico (sinais/sintomas constantes, caraterísticos da doença) de dislexia.

O diagnóstico deve ser realizado por profissional (ais) treinado (s), empregando-se uma série de testes e observações, em geral, trabalhando em equipe multidisciplinar, que analisará o conjunto de manifestações de dificuldades

Testes auditivos e de visão podem ser os primeiros a serem solicitados.

Entre as avaliações mais solicitadas encontram-se testes:

Cognitivos
Inteligência
Memória auditiva e visual
Discriminação auditiva e visual
Orientação
Fluência verbal
Testes com novas tecnologias


Tratamento após o diagnóstico de Dislexia.

Uma vez diagnosticada a dislexia, segundo as particularidades de cada caso, o encaminhamento orientado permite abordagem mais eficaz e mais proveitosa, pois o profissional que assumir o caso não precisará de um tempo para identificação do problema, bem como terá ainda acesso a pareceres importantes.

Tendo conhecimento das causas das dificuldades, do potencial e a individualidade do paciente, o profissional pode utilizar a linha terapêutica que achar mais conveniente para o caso particular. Os resultados devem surgir de forma progressiva.

Em oposição à opinião de muitos se pode afirmar que o disléxico sempre contorna suas dificuldades e acha seu caminho. O disléxico também tem sua própria lógica e responde bem a situações que estejam associadas a vivências concretas.

A harmonia entre o profissional coordenador e o paciente e sua família podem ser decisivos nos resultados. O mecanismo de programação por etapas, somente passando para a seguinte quando a anterior foi devidamente absorvida, retornando às etapas anteriores sempre que necessário, deve ser bem entendido pelo paciente e familiares

Sistema Cumulativo

Os serviços de educação especial podem incluir auxílio de especialistas, tutorias individuais, aulas especiais diárias. Cada indivíduo tem necessidades diferentes, por isso o plano de tratamento deve ser individualizado. Da mesma forma, é importante o apoio psicológico positivo, já que muitos estudantes com dificuldade de aprendizado têm auto-estima baixa.

Prevenção

Os transtornos de aprendizagem tendem a incidir em famílias e a dislexia é um deles. As famílias afetadas devem fazer o máximo esforço para reconhecer precocemente a existência do problema.

Quando incide em famílias sem antecedentes, o diagnóstico pode ser feito na pré-escola, se os professores detectarem os primeiros sinais. A terapia precoce proporciona os melhores resultados

Mitos que não podem crescer

1- A dislexia é contagiosa?
Não. Ela é usualmente hereditária.

2- Uma pessoa pode ser medianamente disléxica?
Sim. Ninguém apresenta um quadro com todos os sinais de dislexia.

3- A dislexia é uma doença?
Não.

4- A dislexia pode passar sem que se tome alguma providência?
Não. Quanto antes ela é identificada e são tomadas as medidas de tratamento, maiores podem ser os benefícios do tratamento. 


Texto  : ABC Saúde
Fonte  : ABC Saúde
Foto    : Centro Psicopedagógico de Apoio