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Dormir tarde quando jovem pode prejudicar saúde quando mais velho

Parece que estamos cada vez dormindo mais tarde. Os apelos eletrônicos e sociais têm contribuído para uma alteração nos padrões de sono de uma população mundial cada vez mais cosmopolita. Esta alteração se mostra mais pronunciada na adolescência, onde as alterações hormonais e os conflitos emocionais são abundantes.


Estimativas nos Estados Unidos apontam que de 45% a 85% dos estudantes da sexta série do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio relatam dormir menos do que o recomendado e 44% deles referem dificuldade de se manter alerta durante as aulas. Evidências indicam que o sono é um importante fator de suporte para uma adequada função cognitiva e emocional. 


Em jovens, maior tempo e qualidade de sono são associados a um melhor desempenho escolar e menos distúrbios emocionais.

Com o objetivo de esclarecer e caracterizar os padrões de sono de adolescentes, um grupo de pesquisadores em psicologia da Universidade da Califórnia (EUA) realizou um estudo em uma amostra representativa de adolescentes americanos compreendendo um período de 8 anos. Um quarto dos adolescentes avaliados iam para a cama após as 23:30 hs no período escolar, dormindo menos que as 9 horas por noite preconizadas para se ter um bom descanso nesta faixa etária. Este grupo que dormia menos apresentou menor performance escolar e maiores dificuldades emocionais.

Um dos problemas é que a adolescência é um período de transição hormonal e, por isso, o indivíduo tem mais dificuldade de conciliar o sono mais cedo à noite (sem contar as distrações eletrônico-sociais). O adolescente não pode prolongar o sono pela manhã, tendo que acordar cedo devido às obrigações escolares, agravado pelas dificuldades de mobilidade urbana, que muitas vezes antecipam este horário de acordar. O resultado é um menor tempo de sono, em geral de pior qualidade devido às excitações pré-adormecer (luzes, sons, diálogos virtuais).

Biologicamente a adolescência é uma etapa de desenvolvimento de algumas regiões do cérebro associadas com funções executivas (como a habilidade de organizar o seu tempo e de prever consequências de seus atos), funções de controle emocional e funções de avaliação de comportamentos de risco e recompensa. Problemas de sono afetam essas funções.

O estudo, apesar de não provar uma relação de causa/efeito, serve como um importante indício que justifica uma abordagem preventiva.

Os especialistas em sono sugerem intervenções comportamentais simples, no intuito de reduzir os estímulos sensoriais e a fim de permitir um sono precoce. Jantar mais cedo, ir mais cedo para a cama, apagar as luzes, desligar os equipamentos... enfim, desconectar.

Mas lembre-se, todos na casa devem fazer isso.