Os incômodos fogachos (ondas de calor) e suores noturnos, característicos das mulheres na menopausa, podem ser reduzidos pela ingestão de uma dieta do estilo mediterrâneo. É o que diz um estudo publicado em abril na revista científica American Journal of Clinical Nutrition. Pesquisadores australianos acompanharam por nove anos, durante a menopausa, mais de 6000 mulheres com idades entre 50 e 55 anos. No início do estudo 58 por cento das participantes referiram sentir um ou ambos os sintomas, fogachos e suores noturnos. Os resultados demonstram que as mulheres que seguiam um padrão de dieta semelhante à dieta do mediterrâneo tiveram uma probabilidade 20% menor de apresentar os sintomas da menopausa. No mesmo estudo, as mulheres que ingeriam uma dieta com muito açúcar e gordura tiveram uma probabilidade 23 % maior de apresentar os sintomas durante o período de nove anos da pesquisa.
Os fogachos e suores noturnos afetam a qualidade de vida e compõem a principal causa de busca de atenção médica pelas mulheres na menopausa.
O sistema vascular da pele é um importante regulador fisiológico da temperatura corporal e é controlado pelo cérebro, que recebe informações sobre a temperatura interna e externa do organismo. Quando a temperatura sai de uma faixa ideal, o cérebro ativa um sistema de controle de fluxo sanguíneo dos vasos cutâneos, aumentando ou diminuído a perda de calor para o meio ambiente, a fim de manter a temperatura do corpo dentro da faixa ideal, chamada de termoneutra.
Os fogachos e suores noturnos são sintomas vasomotores produzidos por respostas termorregulatórias extremas, que são resultados de uma inabilidade do organismo manter a temperatura corporal dentro da faixa ideal. Os mecanismos fisiológicos desta resposta ainda não são completamente compreendidos, mas sabe-se que a queda na concentração de estrógenos na menopausa seria um dos eventos moduladores.
O mecanismo de como um padrão de dieta pode influenciar a resposta vasomotora responsável pelos sintomas ainda é pouco claro. Um fato importante é que as mulheres que seguem uma dieta estilo mediterrânea apresentam também outros fatores de um estilo de vida mais saudável. Uma das principais características da dieta do mediterrâneo é a baixa ingestão de gorduras trans, associado a uma alta ingestão de fibras. Os autores do estudo sugerem que este padrão alimentar pode estar associado a uma menor variação nas concentrações de estrógeno.
Independente de se saber como age, a dieta do mediterrâneo pode ser uma boa alternativa para minimizar os desagradáveis efeitos da menopausa, considerando principalmente que o tratamento conhecido para estes sintomas é a terapia de reposição hormonal, que está sob suspeita de aumentar o risco para doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (derrame) e câncer de mama.
Fonte : Referência Bibliográfica
* Fonte: American Journal of Clinical Nutrition 2013;97:1092-9.
Fonte e Foto : ABC da Saúde