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+Beijo transmite hepatite? Saiba mais a respeito.


Beijar movimenta 29 músculos e queima aproximadamente 12 calorias. Mas, em apenas um beijo, duas pessoas trocam, em média, 250 bactérias e podem transmitir ou contrair doenças perigosas como a gripe H1N1, conhecida como gripe suína.

Além disso, a combinação de vários dias sem descanso adequado, debaixo de sol intenso, sem hidratação e alimentação equilibradas diminui a imunidade do corpo e a pessoa fica mais suscetível a doenças.


BEIJO PEGA

Gripe suína 


Não é porque os casos de H1N1 estão menos frequentes que a doença desapareceu. O vírus da gripe mais temida em 2009 ainda está por aí, fazendo novos casos. E se a transmissão pode ocorrer por meio de um espirro, imagine o que um beijo não é capaz. De acordo com os médicos, o beijo é uma maneira extremamente eficaz de contaminação.

Os sintomas da doença são semelhantes aos de uma gripe comum, com febre, tosse, coriza e dores de cabeça e no corpo. Portanto, o ideal é ficar atento. A Secretaria de Saúde do Paraná, por exemplo, recomenda que, mesmo no verão, a população siga medidas como a higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, além de evitar tocar com as mãos nos olhos, bocas e o nariz sem os devidos cuidados de limpeza.

Meningite 


De acordo com um estudo realizado por médicos australianos, beijar na boca de múltiplos parceiros aumenta em quatro vezes a chance de pegar meningite meningocócica. A definição de “múltiplos” para os pesquisadores é de sete pessoas em duas semanas, conta que parece até pequena para quem observa a “pegação” do carnaval de Salvador, por exemplo. A transmissão da meningite preocupa os médicos, já que a doença tem uma evolução rápida e pode ser fatal. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, vômitos, diarréia e rigidez dos músculos da nuca, ombros e costas.

Mononucleose 


Não é preciso dizer qual a principal forma de contaminação da chamada “doença do beijo”. Como nem sempre a pessoa sabe que tem o vírus Epstein-Barr, já que a mononucleose pode ser assintomática, ela acaba transmitindo a doença a outras pessoas. Nos casos em que há sintomas, os principais são fadiga, dor de garganta, tosse e inchaço dos gânglios. Vale lembrar que o vírus pode ficar incubado de 30 a 45 dias no organismo e não tem cura – a pessoa vai carregá-lo para o resto da vida.

Herpes 


Mesmo que no momento do beijo o parceiro não tenha nenhum indício do problema, ele pode ter o vírus causador da doença e transmiti-lo. Depois do contágio, não há cura e a pessoa passa a conviver com o herpes, que pode se manifestar anos mais tarde, geralmente durante fases em que estiver com a imunidade baixa . O herpes pode aparecer como um machucado na boca ou até mesmo em outras partes do corpo.

Cárie 


Se você não dá a devida atenção à higiene bucal, pode pegar – e transmitir – cárie através do beijo. Para evitar pegar a bactéria alheia, capriche na escovação e não abra mão do fio dental diariamente, assim você fortalece a imunidade bucal e as bactérias não encontrarão um ambiente propício ao desenvolvimento. Dentistas também recomendam atenção: observe se a pessoa tem todos os dentes ou se eles estão amarelados e/ou escurecidos. Se uma das repostas for sim, faça a fila andar e chame o próximo.


Sífilis 


A sífilis pode ser transmitida pelo beijo, se a outra pessoa estiver contaminada e tiver alguma ferida na boca. A forma mais comum de contágio, no entanto, é a sexual. A doença é causada por uma bactéria chamada treponema pallidum e pode aparecer em diferentes partes do corpo e levar até uma semana após o contágio para aparecer.

BEIJO NÃO PEGA

Aids 


Não existe nenhum caso registrado na literatura médica de contágio pelo beijo. Suor, lágrimas, usar o mesmo sabonete, talher ou copo também não transmitem aids. No entanto, não deixe de usar camisinha se decidir ir além dos beijos e carícias.

Hepatite C 


As associações médicas internacionais não consideram o beijo como uma forma de transmissão da doença, assim como o Ministério da Saúde. É possível pegar hepatite tendo contato com o sangue contaminado ou em relações sexuais sem o uso da camisinha. A hepatite C é causada pelo vírus HCV e, em geral, os sintomas levam até 10 anos para se manifestar. Muitas pessoas descobrem que têm a doença ao realizar um exame de sangue de rotina.

SAIBA MAIS SOBRE A HEPATITE


HEPATITE


Hepatite designa qualquer degeneração do fígado por causas diversas, sendo as mais frequentes as infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios). Enquanto os vírus atacam o fígado quando parasitam suas células para a sua reprodução, a cirrose dos alcoólatras é causada pela ingestão frequente de bebidas alcoólicas - uma vez no organismo, o álcool é transformado em ácidos nocivos às células hepáticas, levando à hepatite.


HEPATITE C

Como se adquire?

Situações de risco são as transfusões de sangue, a injeção compartilhada de drogas e os acidentes profissionais.

Portanto, podemos nos contaminar com o vírus da Hepatite C ao termos o sangue, as mucosas ou a pele não íntegra atingida pelo sangue ou por secreção corporal de alguém portador do HCV, mesmo que ele não se saiba ou não pareça doente.

A transmissão sexual do HCV não é freqüente e a transmissão da mãe para o feto é rara (cerca de 5%). Não são conhecidos casos de transmissão de hepatite C pelo leite materno. Apesar das formas conhecidas de transmissão, 20 a 30% dos casos ocorrem sem que se possa demonstrar a via de contaminação.




O que se sente e como se desenvolve?

Diferentemente das hepatites A e B, a grande maioria dos casos de Hepatite C não apresenta sintomas na fase aguda ou, se ocorrem, são muito leves e semelhantes aos de uma gripe. Já há tratamento para a fase aguda da Hepatite C, diminuindo o risco de cronificação. Por isso pessoas suspeitas de terem sido contaminadas merecem atenção, mesmo que não apresentem sintomas.

Mais de 80% dos contaminados pelo vírus da hepatite C desenvolverão hepatite crônica e só descobrirão que tem a doença em exames por outros motivos, como por exemplo, para doação de sangue. Outros casos, aparecerem até décadas após a contaminação, através das complicações: cirrose em 20% e câncer de fígado em 20% dos casos com cirrose.

Como o médico faz o diagnóstico?

Na fase antes do aparecimento das complicações, exames de sangue realizados por qualquer motivo, podem revelar a elevação de uma enzima hepática conhecida por TGP ou ALT. Essa alteração deve motivar uma investigação de doenças hepáticas, entre elas, a Hepatite C. A pesquisa diagnóstica busca anticorpos circulantes contra o vírus C (Anti-HCV). Quando presentes, podem indicar infecção ultrapassada ou atual. A confirmação de infecção atual é feita pela identificação do vírus no sangue, pelo método da Reação da Cadeia da Polimerase (PCR RNA-HCV). Com a evolução, aparecem alterações de exames de sangue e da ecografia (ultrassonografia) de abdome.

Muitas vezes o médico irá necessitar de uma biópsia hepática (retirada de um fragmento do fígado com uma agulha) para determinar a grau da doença e a necessidade ou não de tratamento. São realizados também a detecção do tipo de vírus (genotipagem) e da quantidade de vírus circulante (carga viral), que são importantes na decisão do tratamento.

Como se trata?

Nos raros casos em que a hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento está indicado por diminuir muito o risco de evolução para hepatite crônica, prevenindo assim o risco de cirrose e câncer. Usa-se para esses casos o tratamento somente com interferon por 6 meses.

O tratamento da Hepatite Crônica C vem alcançando resultados progressivamente melhores com o passar do tempo. Enquanto até há poucos anos alcançava-se sucesso em apenas 10 a 30% do casos tratados, atualmente, em casos selecionados, pode-se alcançar até 90% de eliminação do vírus (Resposta Viral Sustentada). Utiliza-se uma combinação de interferon (“convencional” ou peguilado) e ribavirima, por prazos que variam de 6 a 12 meses (24 a 48 semanas). O sucesso do tratamento varia principalmente conforme o genótipo do vírus, a carga viral e o estágio da doença determinado pela biópsia hepática.

Pacientes mais jovens, com infecção há menos tempo, sem cirrose, com infecção pelos genótipos 2 e 3 e com menor carga viral (abaixo de 800.000 Unidades/mL) tem as melhores chances de sucesso. O novo tipo de interferon, chamado interferon peguilado ou “peg-interferon” é uma alternativa que vem alcançando resultados algo superiores aos do interferon convencional especialmente para portadores do genótipo 1 e pacientes com estágios mais avançados de fibrose na biópsia.

Os efeitos indesejáveis (colaterais) dos remédios utilizados em geral são toleráveis e contornáveis, porém, raramente, são uma limitação à continuidade do tratamento. A decisão de tratar ou não, quando tratar, por quanto tempo e com que esquema tratar são difíceis e exigem uma avaliação individualizada, além de bom entendimento entre o paciente e seu especialista.

Novas alternativas terapêuticas vêm surgindo rapidamente na literatura médica. Além de novas medicações, a adequação do tempo do tratamento a grupos de pacientes com características diferentes poderá melhorar ainda mais os resultados alcançados com as medicações atualmente disponíveis. Estudos vêm mostrando que, para alguns pacientes, com características favoráveis, tempos mais curtos de tratamento possam ser suficientes, enquanto que pacientes com menor chance de resposta e, possivelmente, aqueles que não responderam a tratamentos anteriores, possam se beneficiar com tempos maiores de tratamento.

Como se previne?

A prevenção da hepatite C é feita pelo rigoroso controle de qualidade dos bancos de sangue, o que no Brasil, já ocorre, tornando pequeno o risco de adquirir a doença em transfusões. Seringas e agulhas para injeção de drogas não podem ser compartilhadas. Profissionais da área da saúde devem utilizar todas as medidas conhecidas de proteção contra acidentes com sangue e secreções de pacientes, como o uso de luvas, máscara e de óculos de proteção. O uso de preservativo nas relações sexuais com parceiro fixo não é indicado para prevenção da transmissão da hepatite C.


HEPATITE B

Como se adquire?

Transfusões de sangue foram a principal via de transmissão da doença, circunstância que se tornou rara com a obrigatória testagem laboratorial dos doadores e rigoroso controle dos bancos de sangue. Atualmente, o uso compartilhado de seringas, agulhas e outros instrumentos entre usuários de drogas, assim como relações sexuais sem preservativo (camisinha) são as formas mais frequentes de contaminação na população.

O contato acidental de sangue ou secreções corporais contaminadas pelo vírus, com mucosa ou pele com lesões também transmitem a doença.

Gestantes (grávidas) portadoras do vírus podem transmitir a doença para os bebês, sendo o momento do nascimento, seja por parto normal ou por cesariana o principal momento de risco para a transmissão.

O que se sente e como se desenvolve?

Assim como em outras hepatites, muitas pessoas não apresentam sintomas e descobrem que são portadoras do vírus, em atividade ou não, em exames de rotina. Quando presentes os sintomas ocorrem em fases agudas da doença e são semelhantes aos das hepatites em geral, se iniciando com:

- mal-estar generalizado
- dores de cabeça e no corpo
- cansaço fácil
- falta de apetite e náusea
- febre.
- Após, surgem tipicamente
- coloração amarelada das mucosas e da pele (icterícia)

- coceira no corpo
- urina escura (cor de chá escuro ou coca-cola)
- fezes claras (cor de massa de vidraceiro).


Ao final de 10 a 15 dias os sintomas gerais diminuem muito, mesmo na vigência da icterícia, que tende a desaparecer em 6 a 8 semanas em média. A resolução da doença ocorre em mais de 95% adultos que adquirem hepatite. Após a fase aguda, que pode passar desapercebida, 1 a 5% dos adultos não se curam da infecção e ficam com hepatite crônica. Desses, 25 a 40% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado ao longo de décadas. Em crianças o risco da doença tornar-se portador de hepatite crônica é bem maior, cerca de 90% em recém nascidos e 50% da infância.

A forma clínica mais grave, chamada de hepatite fulminante, na qual há elevado risco de morte, ocorre em menos de 1% dos pacientes que adquirem o vírus.

O risco de doença crônica com má evolução é maior em quem usa bebida alcoólica, em bebês que adquirem a doença no parto e em pessoas com baixa imunidade (pacientes com AIDS, em quimioterapia, ou submetidos a transplante de órgãos, por exemplo).

Como o médico faz o diagnóstico?

Os sintomas não permitem identificar a causa da hepatite. Hepatites em adultos, especialmente se usuários de drogas injetáveis, homossexuais ou pessoas com muitos parceiros sexuais levantam a suspeita de hepatite B.

A confirmação diagnóstica é feita por exames de sangue, onde são detectados anticorpos ou partículas do vírus da hepatite B. O exame central no diagnóstico da hepatite B crônica é o chamado antígeno de superfície do vírus B (HBsAg), que quando reagente (positivo) indica a presença do vírus e possibilidade de transmisão. A quantificação do vírus (HBV-DNA quantitativo, também chamado PCR quantitativo), realizada também por exame de sangue, é usada para confirmação da atividade do vírus e é fundamental na definição da necessidade e monitorização do tratamento.

A biópsia hepática (retirada de pequeno fragmento do fígado com uma agulha fina para análise microscópica) pode ser necessária para avaliar o grau de comprometimento do fígado e a necessidade de tratamento.

Como se trata?

A hepatite B aguda não requer tratamento medicamentoso específico. Remédios para náuseas, vômitos e coceira, bem como administração endovenosa de líquidos (soro) podem ser usados ocasionalmente.

O repouso no leito não deve ser exigido uma vez que não afeta a evolução para hepatite crônica ou fulminante. A ingestão de álcool em qualquer quantidade é proibida.

O uso de qualquer medicamento deve ser avaliado pelo médico, já que muitos necessitam de um bom funcionamento do fígado para seu desempenho. A forma fulminante da hepatite aguda exige cuidados intensivos em hospital, podendo necessitar de transplante hepático de urgência.

Muitos casos de hepatite crônica B necessitam tratamento para evitar a evolução da doença e o risco de desenvolver cirrose e suas complicações. Os tratamentos podem ser divididos em dois grupos: o primeiro, formado pelo interferon e pelo interferon peguilado é injetável por via subcutânea, e o segundo, formado pelas medicações de uso oral. Os interferons, tem a vantagem de ser a única opção com prazo definido de tratamento, geralmente cerca de um ano. Entretanto, a quantidade de pacientes com resposta ao uso do interferon na hepatite B é reduzido, geralmente abaixo de 15-20%. Além disso, os efeitos adversos restringem o uso do interferon a casos selecionados com maior chance de resposta.

A maioria dos indivíduos que necessitam tratamento são candidatos ao uso por prazo indeterminado de uma medicação oral. Os agentes atualmente disponíveis são a lamivudina, o adefovir, o entecavir e o tenofovir. Devido ao menor desenvolvimento de resistência, o entecavir e o tenofovir tem sido as medicações preferenciais para novos tratamentos. Para pacientes já em tratamento com os outros agentes, o acréscimo de mais uma medicação deve ser discutido individualmente com o seu médico. O tratamento por via oral costuma ser bem tolerado, e com poucos efeitos adversos.

Como se previne?

A vacina para hepatite B deve ser feita em todos os recém-nascidos, iniciando o esquema vacinal já no primeiro mês de vida. Adultos não vacinados e que não tiveram a doença também podem fazer a vacina, que está especialmente recomendada a pessoas que cuidam de pacientes, a profissionais da área da saúde, aos portadores do vírus da hepatite C, alcoolistas e a indivíduos com quaisquer outras doenças hepáticas. Deve-se usar luvas, máscara e óculos de proteção quando houver possibilidade de contato com sangue ou secreções corporais.

Pessoas que tiveram exposição conhecida ao vírus (relação sexual com indivíduo contaminado, acidente com agulha) devem receber uma espécie de soro (imunoglobulina) nos primeiros dias após o contato, o que pode diminuir a chance ou, pelo menos, a intensidade da doença. Recém-nascidos de mães com hepatite B devem receber imunoglobulina específica e vacina imediatamente após o parto para diminuir o risco do bebê desenvolver a doença. O tratamento da mãe para diminuir o risco de transmissão deve ser discutido individualmente com o especialista.

ATENÇÃO

Nas relações sexuais, é fundamental uso de preservativo (camisinha). A chance de pegar hepatite B numa relação desprotegida é bem maior do que a de pegar AIDS.

Qualquer forma de relação sexual pode transmitir hepatite B.


HEPATITE A

O que é?

É uma inflamação do fígado (hepatite) causada por um vírus chamado Vírus da Hepatite A (HAV). Pelo seu modo de transmissão, esse tipo de hepatite é típico de áreas menos desenvolvidas, com más condições de higiene e falta de saneamento básico. Nesses locais, incluindo a maior parte do Brasil, predomina em crianças pequenas (2 à 6 anos), porém, indivíduos que não tiveram a doença quando crianças, podem adquiri-la em qualquer idade.

Como se adquire?

Ocorre pela via chamada fecal-oral, na maioria das vezes com fezes de pacientes contaminando a água de consumo e os alimentos. Pode ocorrer também entre pessoas que utilizam piscinas com água mal tratada e compartilham toalhas e lençóis imperceptivelmente contaminados por fezes, por exemplo. Não raro ocorrem surtos em acampamentos ou em grupos que realizam caminhadas e trilhas e utilizam água de rio, lagos ou poços para consumo. Essas águas não tratadas podem estar aparentemente limpas, porém contaminadas.

O que se sente e como se desenvolve?

Os sintomas iniciais são variáveis, podendo ocorrer mal estar generalizado, dores no corpo, dor na parte direita superior do abdome, dor de cabeça, cansaço fácil, falta de apetite e febre.

Após, surgem, tipicamente, a coloração amarelada da mucosa e da pele, a icterícia.

A urina fica escura, amarronzada, semelhante a chá forte ou coca-cola, e, as vezes, referida como avermelhada. As fezes claras podem ficar tão claras quanto massa de vidraceiro.

Uma coceira pelo corpo (prurido) sucedida por marcas de coçadura e não antecedidas por lesões de pele ocorre em alguns casos.

A evolução geralmente é benigna, com alívio dos sintomas em 2 a 3 semanas.

A resolução total e cura ocorrem em torno de 2 meses.

Durante a recuperação podem haver uma ou duas recaídas dos sintomas e das alterações dos exames, o que não prejudica a recuperação total do paciente.

Excepcionalmente, em menos de 1% dos casos, acontece a evolução para forma fulminante, na qual há rápida perda da função do fígado, colocando o paciente em grande risco de morte.

Não existe forma crônica de Hepatite A, ou seja, exceto os poucos casos fatais associados à forma fulminante, o paciente fica curado, sem seqüelas e imunizado contra futuras exposições ao vírus. Cabe mencionar que muitas pessoas não apresentam sintomas e só descobrem que tiveram a doença por exames de sangue casuais.



Como o médico faz o diagnóstico?

Juntando as queixas e os achados do exame clínico, o médico suspeita do diagnóstico que é confirmado por exames de sangue onde se detectam alterações hepáticas e anticorpos da fase aguda da doença pelo vírus da Hepatite A.

Alguns resultados desses exames iniciais e de seus controles podem revelar uma tendência para a forma de evolução desfavorável, a forma fulminante.

Como se trata?

Não há medicação específica. Quando necessário, usam-se remédios contra enjôo, dor e febre.

Repouso estrito não é necessário, cabendo ao paciente respeitar os limites conforme sua tolerância.

Não cabem restrições alimentares, a comida pode ser normal. Deve-se evitar, no entanto, o consumo de álcool e de qualquer medicações sem orientação médica.

Certas pessoas, devido ao mal estar e à náusea, não conseguem manter uma ingesta mínima de água e alimentos, necessitando de hidratação intravenosa (soro) e, por vezes, alguns dias de internação hospitalar.

Os raros casos de Hepatite A fulminante podem necessitam de cuidados hospitalares e intensivos e podem requerer transplante de fígado como única forma de tratamento.

Como se previne?

O vírus A é eliminado pelas fezes na fase de incubação e nos primeiros 10 dias de icterícia. As fezes contaminam as águas que, se não tratadas, ao serem usadas para lavar alimentos, utensílios e para o próprio banho levam a doença a novos indivíduos.

É importante portanto, o uso de água tratada ou fervida para fins alimentares, além de seguir recomendações quanto a proibição de banhos em locais com água contaminada e o uso de desinfetantes em piscinas.

Indivíduos expostos ao vírus da Hepatite A, há menos de 15 dias e ainda sem sintomas, podem ser tratados com injeção de anticorpos (imunoglobulina), tentando prevenir ou amenizar a doença.

VACINAS

A vacina para Hepatite A é recomendável para todas crianças a partir de 1 ano de idade. Indivíduos não vacinados na infância e que viajam ou vivem em áreas onde a Hepatite A é muito freqüente, como o norte do Brasil e países tropicais não desenvolvidos, ou que, eventualmente, consomem água não tratada, devem ser vacinado. Grupos de alto risco como crianças e adultos que vivem em creches, asilos ou prisões, homo e bissexuais, usuários de drogas, pacientes com doença hepática crônica, portadores do HIV ou doenças da coagulação também devem ser vacinados.

A aplicação da vacina é útil em profissionais da área da saúde com potencial contato com pacientes ou material contaminado.

Trabalhadores da indústria alimentícia, uma vez vacinados, evitam a transmissão do vírus através dos alimentos que preparam.

A vacina é bem tolerada, sendo raros os eventos adversos significativos. São necessárias duas doses da vacina, com intervalo de 60 dias entre as aplicações.