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dieta pode melhorar a sua flora intestinal? O médico e apresentador Michael Mosley, pesquisou quais alimentos e bebidas podem fazer mais diferença para o seu intestino.

O microbioma intestinal - a variada comunidade de bactérias que vivem em nossos intestinos - é um assunto popular no momento.

Quase todos os dias vemos notícias alegando que a flora intestinal pode influenciar nossa saúde de formas novas e surpreendentes, seja afetando nosso peso, humor ou capacidade de resistir a doenças.

E, devido à explosão no interesse pelo nosso ecossistema interno, as prateleiras de supermercados e farmácias agora contam com uma variedade de produtos probióticos - contendo bactérias vivas e leveduras - que alegam conseguir melhorar o microbioma intestinal.

Mas isso é realmente possível?

Para descobrir, o programa Trust Me, I'm a Doctor fez uma experiência na Escócia, na cidade de Inverness, com ajuda do serviço público de saúde local, 30 voluntários e cientistas de vários cantos do país.

Dividimos nossos voluntários em três grupos e, durante quatro semanas, pedimos a cada grupo para tentar uma abordagem diferente para tentar melhorar a flora intestinal.

O primeiro grupo consumiu uma bebida probiótica comprada em supermercados. Estas bebidas geralmente têm uma ou duas espécies de bactérias que podem sobreviver à passagem pelos poderosos ácidos de nosso estômago e se instalar nos intestinos.

O segundo grupo tentou um bebida fermentada tradicional chamada kefir, que tem muitas bactérias e leveduras.

Já o terceiro grupo consumiu alimentos ricos em uma fibra prebiótica chamada inulina. Os prebióticos são substâncias que alimentam as boas bactérias que já moram em nossos intestinos e a inulina pode ser encontrada na alcachofra-de-jerusalém (raiz também conhecida como tupinambor), raíz de chicória, cebolas, alho e alho-poró.

Descobertas

O que descobrimos em nosso estudo foi fascinante. O grupo que consumiu a bebida probiótica teve uma pequena mudança em um tipo de bactéria que se sabe ser boa para manutenção do peso, a Lachnospiraceae. No entanto esta mudança não teve importância estatística.

Mas os outros dois grupos apresentaram mudanças significativas. O grupo que consumiu alimentos ricos em fibra prebiótica teve um aumento no tipo de bactéria boa para a saúde geral dos intestinos - resultado semelhante ao de outros estudos.

No entanto a maior mudança ocorreu no grupo que consumiu a bebida fermentada kefir.

Estes voluntários tiveram um aumento em uma família de bactérias chamada Lactobacillales. Sabemos que algumas destas bactérias são boas para a saúde geral do intestino e que podem ajudar em problemas como diarreia e intolerância à lactose.

"Alimentos fermentados, devido à sua natureza, são muito ácidos e então estes micróbios precisaram evoluir para lidar com este tipo de ambientes. Eles sobrevivem naturalmente em ácido", disse Paul Cotter, do Centro de Pesquisa Teagasc, em Cork, que ajudou na análise.

"Isto os ajuda a passar pelo estômago para que elas possam ter uma influência mais abaixo, no intestino."

Teste em laboratório

Então decidimos investigar mais os alimentos e bebidas fermentadas - queríamos saber no que estar de olho ao escolher produtos desse tipo.

Com a ajuda de Cotter e dos cientistas da Universidade de Roehampton, selecionamos várias bebidas fermentadas de supermercados ou farmácias e bebidas fermentadas feitas em casa. Elas foram enviadas para testes em laboratórios.

Depois dos testes constatamos algumas diferenças marcantes entre estes produtos.

Os alimentos mais caseiros e produtos feitos com métodos mais tradicionais tinham uma variedade maior de bactérias, enquanto que alguns dos produtos comerciais tinham pouquíssimas bactérias.

"Tipicamente, as variedades comerciais passam por pasteurização depois do preparo para garantir sua segurança e aumentar o prazo de validade, o que pode matar as bactérias, e esse não é o caso com os produtos caseiros", disse Cotter.

Então, se você quer usar alimentos fermentados para melhorar a saúde de seus intestinos, é melhor procurar por produtos que tenham sido feitos usando métodos tradicionais de preparo e processamento.

Outra boa dica é fazer os produtos você mesmo.

Todas as mulheres devem prevenir a doença cardíaca

Hoje são conhecidos dezenas de fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de doenças e morte, sendo os principais: hipertensão, tabagismo, dieta pobre em frutas, uso de álcool, poluição ambiental, alto índice de massa corporal (sobrepeso e obesidade), aumento da glicose no sangue, baixa atividade física, dentre tantas outras. A importância específica de cada um destes fatores de risco pode, entretanto, variar conforme a região do planeta, sexo, faixa etária, etc. Um dos problemas das pesquisas na área da saúde - tanto básicas, quanto clínicas e epidemiológicas - é a dificuldade em considerar essas particularidades. Especialmente no que tange à saúde da mulher.

Pois agora, um recente estudo realizado na Austrália revela dados que podem contribuir enormemente para a prevenção de doenças cardíacas em mulheres. Os pesquisadores observaram, desde 1996, mais de 32 mil mulheres subdivididas em 15 diferentes grupos de idades, sendo o subgrupo mais jovem de 22 a 27 anos e o mais velho de 85 a 90 anos. As mulheres nasceram em diferentes períodos, de 1921 a 1926, de 1946 a 1951 e de 1973 a 1978.

O estudo analisou os quatro maiores fatores de risco para doenças cardíacas na Austrália - hipertensão, tabagismo, excesso de peso e sedentarismo - juntos, estes fatores são responsáveis por mais da metade das doenças cardíacas no mundo todo. A análise se concentrou na melhoria dos padrões de saúde com a ausência ou retirada de cada fator de risco, individualmente (nunca ter fumado ou manter peso ideal, por exemplo).

As mulheres do subgrupo mais jovem (22-27 anos) são as que mais fumam (28% do total), e isto aumentou o risco cardíaco em 59%. A proporção de fumantes se reduziu muito nos subgrupos mais velhos, chegando a 5% nas de 73-78 anos. Por sua vez a inatividade física vai aumentando dos 22 aos 90 anos. A conclusão dos pesquisadores é que nas mulheres acima dos 30 anos, até o final do 80s, o sedentarismo, individualmente, é o maior responsável pelas doenças cardíacas. Eles estimam que 150 minutos de atividade física por semana reduziria drasticamente o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, poupando milhares de vidas de mulheres anualmente. Nas mais jovens o tabagismo é o principal fator de risco.

Mulheres: Está claro que para viver mais e melhor, segundo as tendências atuais, o mais importante para as com menos de 30 anos é não fumar, e as com mais de 30 ter uma atividade física regular para o resto da vida.

Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-British Journal of Sports Medicine Online -May 8, 2014 - doi:10.1136/bjsports-2013-093090

Foto : Divulgação

Uso excessivo das redes sociais pode afetar relacionamentos estáveis

O recente desenvolvimento de novas plataformas de relacionamento interpessoal, como Facebook e Twitter, e sua crescente utilização por grande parte da população mundial, tem alterado a dinâmica dos relacionamentos. Atualmente o Twitter é considerado um dos principais sites de rede social, sendo utilizado por mais de 500 milhões de pessoas.

Um estudo recente, publicado na revista científica Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, examinou o efeito do uso do Twitter sobre as relações entre casais. Foram aplicados questionários de 20 perguntas a 581 participantes, abordando a quantidade de uso do Twitter e se este uso provocava algum tipo de conflito no relacionamento do casal.

A média de uso do Twitter por participante foi de 52 minutos por dia, cinco dias por semana. O maior uso do Twitter apresentou uma associação estatisticamente significativa com uma maior quantidade de conflitos entre parceiros, conflitos estes que muitas vezes levam a um fracasso do relacionamento. Interessante que estes conflitos ocorreram independentemente do tempo de relacionamento do casal.

Esses resultados, avaliando o uso do Twitter sobre relacionamento entre parceiros, são semelhantes aos encontrados em outros estudos que investigaram o efeito do Facebook. Em ambos, o maior uso é associado a desfechos negativos de relacionamento.

Deve ser considerado, entretanto, que este tipo de estudo não tem capacidade de demonstrar relação causa e efeito, a simples associação entre dois eventos (no caso, maior uso do Twitter com maior quantidade de conflitos), não significa que, necessariamente, um esteja causando o outro. É plausível pensar que o conflito por maior uso de redes sociais seja um sintoma de problemas prévios de relacionamento.

De qualquer maneira, estudos levantando este tipo de hipótese, que relaciona uso demasiado de mídias em geral, com modificações de dinâmicas nas relações sociais e interpessoais, são importantes para conhecermos melhor os possíveis impactos desta mudança de comportamento, principalmente porque o rápido desenvolvimento tecnológico permite prever que este uso de mídias tende a crescer ainda mais. Conhecer as potenciais consequências negativas deste uso é um importante ponto de partida para estabelecer critérios de prevenção.

Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde

Referência Bibliográfica
-Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking - Volume 17, Number 7, 2014 - DOI: 10.1089/cyber.2013.0570